Aveiro/ 1º de Maio: “Futuro não se avizinha fácil para os trabalhadores”, alerta coordenador da USA

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1º de Maio, Aveiro (foto partilhada pela União de Sindicatos de Aveiro).
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Os problemas com que os trabalhadores se deparam em Portugal “são imensos”, pelo que o lema do 1º Maio organizado pela CGTP intersindical (Aumentar salários e pensões, garantir direitos, combater a exploração), 50 anos depois da primeira celebração em liberdade, “não podia ser mais atual”, afirmou o coordenador da União de Sindicatos de Aveiro (USA) na intervenção que encerrou as comemorações realizadas na cidade de Aveiro.

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“Temos uma nova realidade política saída das eleições de 10 de Março, e não nos enganemos, o futuro não se avizinha fácil para os trabalhadores, para os jovens, para os reformados”, alertou o dirigente sindical após o habitual desfile comemorativo do Dia do Trabalhador que ‘desceu’ a Avenida Lourenço Peixinho com destino ao palco montado na praça jardim do Rossio.

Adelino Nunes recordou o “brutal aumento do custo de vida”, afetando bens de primeira necessidade e a habitação, assim como a degradação dos serviços públicos” que ocorreram, criticou, enquanto os “grandes grupos económicos continuaram a encher os bolsos com milhões e milhões de lucros” registados nas suas contas. “Isto por opção política, que o Governo do PS assumiu e que o atual Governo PSD-CDS quer intensificar”, acusou, antevendo uma política “contra a maioria que acentua a dificuldade de viver com salários de miséria”.

Sobre a pretensão governamental de lançar uma nova revisão às leis do trabalho e dinamizar a Concertação Social, o coordenador da USA teme que estejam a ser preparadas medidas para “mais exploração, mais precariedade, mais desregulação dos horários e claro, menos salário.”

A meta de alcançar o salário mínimo de 1.000 euros em 2028 e o salário médio de 1750 euros em 2030 (que em 2021 era na União Europeia já de 2.400 euros), Adelino Nunes disse que “a medida interessa e não é aos trabalhadores”, uma vez que “perpetua-se uma política de baixos salários e de aumento das dificuldades”, lembrando que Portugal é o segundo país da UE onde o número de trabalhadores com vínculo precário é maior, “mas, no entanto, nada é proposto no sentido de resolver e ainda querem agravar esta chaga.”

Adelino Nunes, coordenador da USA (1º de Maio, 2024).

Discurso direto

“Sobre os horários o que o governo propõe é colocar nas mãos das empresas a vida de cada um de nós, introduzindo critérios de maior flexibilidade, de maior adaptabilidade, chegando ao ponto de atribuir mais apoios às empresas que criem creches para os filhos dos trabalhadores, sabendo nós que o objetivo por detrás desta medida, como hoje já assistimos por exemplo nas lojas RIK e ROK que criaram essas mesmas creches, não é resolver o problema dos trabalhadores, mas sim garantir a sua disponibilidade para o trabalho nos horários que a empresa quiser”.

“Sobre a contratação coletiva o mesmo de sempre. O governo não altera as normas gravosas das leis do trabalho que permitem a caducidade, mantendo nas mãos do patronato a chantagem e as ferramentas necessárias para que, a cada negociação, procure através da ameaça a continua retirada de direitos.”

“A degradação dos serviços públicos não encontra resposta neste governo, bem pelo contrário. Se hoje identificamos graves lacunas na resposta do Serviço Nacional de Saúde ou na escola pública, não podemos deixar de identificar os responsáveis por este caminho de degradação dos mesmos”.

Intervenção 1º Maio 2024 em Aveiro por Adelino Nunes (versão completa)

Resolução do 1º Maio 2024 aprovada em Aveiro

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