Autarquia e Matadouros da Beira Litoral ‘acertam contas’

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Antigo matadouro de Aveiro, Aradas.

O município de Aveiro e a empresa Matadouros da Beira Litoral S.A., com sede e instalações industriais no concelho, assinaram, esta manhã, o acordo de regularização de obrigações mútuas decorrentes da alienação do terreno dos antigos matadouros.

Apesar de ser propriedade municipal, a transação implicou, no âmbito de compromissos assumidos aquando da privatização da antiga PEC – Lusa, em 2000, uma compensação que ultrapassa milhão de euros, que vai ajudar a Matadouros da Beira Litoral a ultrapassar dificuldades financeiras devido a encargos vários assumidos nos últimos anos com  atividade.

O presidente da edilidade destacou “a vontade das partes de chegar a acordo” hoje formalizado. “Foram pacientes, sempre muito pressionantes, mas a atratividade do município permitiu chegar a este dia. Tivemos de fazer uma negociação complementar, dada a necessidade de clarificação da escritura e cumprir o compromissso”, afirmou Ribau Esteves, esperando que a empresa “continue a ter sucesso a prestar os seus serviços”.

Após a venda em hasta pública do prédio localizado na rua do Sacobão, contígua à antiga EN 109, em Aradas, à Mercadona (2,555 milhões de euros), a Câmara procedeu hoje à entrega aos Matadouros de 40 por cento do valor (1.022 milhões de euros), acrescidos de 183.648 euros relativo à escritura pública de permuta de prédios.

Já a empresa, de que a autarquia é um dos acionista minoritários, ocupando atualmente a presidência da Assembleia Geral, terá, por sua vez, de entregar 150.000 euros pela realização de obras de urbanização do espaço.

Manuel dos Santos Gomes, presidente do conselho administração “agradeceu o empenho” da autarquia e “a perspicácia” do presidente “em levar a carta a Garcia’ na hasta pública, permitindo o ‘acerto de contas’, que foi considerado “muito importante” para a empresa.

O gestor aproveitou a ocasião para mostrar surpresa e repudiar afirmações recentes do ministro do Ambiente, ao advogar a necessidade de abater entre 25% e metade do efetivo bovino no âmbito do ‘Roteiro para a Neutralidade Carbónica’, que pretendem tornar o país neutro nas emissões de dióxido de carbono até 2050. “Isto é de uma ignorância extrema, não sabe nada do que anda a fazer”, acusou Manuel dos Santos Gomes garantindo que o efetivo bovino será responsável por 2,5 por cento dos 10 por cento que a totalidade do contributo da atividade agrícola para as emissões de dióxido de carbono.