Atenção aos sinais (vermelhos)

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Cidade de Aveiro (foto partilahda por José Luque Priero no seu Facebook).
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Portugal é reconhecido e justamente apontado como um dos melhores destinos turísticos, não só da Europa, mas de todo o mundo.

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Os nossos recursos naturais, o nosso património cultural, a nossa segurança, a nossa gastronomia, a qualidade do nosso serviço e a hospitalidade das nossas gentes têm sido os ingredientes ideais para que tudo resulte numa receita perfeita.

Mas hoje o meu alerta vai para a necessidade de fazermos tudo para não perdermos o que levou décadas a construir com tanto esforço, dedicação e resiliência.

Não podemos correr o risco de pôr em causa a segurança do nosso país, com os índices de criminalidade a subirem. Não podemos pôr em causa a segurança nas nossas praias extraordinárias, com o número de mortes por afogamento a aumentar. Não podemos pôr em causa a qualificação e capacitação de profissionais, o que já se faz sentir na sequência de insuficiências em termos de investimento. Não podemos ter grande parte do nosso património cultural inacessível ao público. E não podemos correr o risco de ter destinos que aumentam a população, em determinadas épocas do ano, na ordem dos milhares, com consequências diretas, por exemplo, ao nível da higiene urbana, e não se tratar de assegurar o investimento necessário para colmatar essas necessidades acrescidas.

Sabemos que a principal causa de insatisfação entre os turistas será sempre a diferença entre aquilo que é “prometido” (expectativa), e o que é “entregue” (realidade). Obviamente que quando queremos manter um preço elevado, temos de ter bem presente que a expectativa natural de que o serviço, as acomodações e as experiências oferecidas sejam de alta qualidade. Se isso, eventualmente, não acontecer, estamos a prejudicar, seriamente, a reputação do nosso destino com repercussões económicas a médio / longo prazos. E não queremos, de todo, que isso possa vir a acontecer no nosso país.

Por outro lado, não podemos permitir que episódios de violência e altercações, registados de forma isolada e pontual, possam transmitir a ideia, cá dentro e lá para fora e de forma viral, de que, em Portugal, não há regras e tudo é permitido. Não se pode aceitar que essas situações se generalizem e se tornem cada vez mais banais, denegrindo a imagem de um destino.

Até mesmo a nossa típica hospitalidade pode ser facilmente comprometida, e esta é uma nossa característica que tem sido uma enorme mais-valia, muito valorizada por quem nos visita, e que pode fazer a diferença, ao transformar uma viagem comum numa memória inesquecível.

Com tudo isto, Portugal, agentes públicos e privados não podem deixar de continuar a desenvolver o trabalho de excelência que têm vindo a fazer. Não se pode abrandar esse esforço contínuo, e teremos todos de estar cada vez mais atentos aos sinais críticos que vão surgindo, aqui e acolá, para que não se corra o risco de vermos os turistas a “virarem a agulha” para outras paragens, com vários destinos emergentes a emergir, passando a redundância.

* Secretária-Geral da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal. Artigo publicado originalmente no Diário de Notícias.

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