Preocupações ambientais motivam pedido de reuniões com todos os partidos representados na Assembleia Municipal de Aveiro, por parte do Núcleo Regional da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, estando confirmadas para esta semana as primeiras reuniões.
O Núcleo da ASPEA Aveiro considerou oportuno apresentar a todos os partidos com assento na Assembleia Municipal as suas preocupações sobre as Políticas Municipais de Ambiente e Educação Ambiental, algumas das quais já tornadas públicas e que continuarão a ser aprofundadas no sentido de alertar para a necessidade de serem tidas em conta ao nível do debate e programa político, assim como ao nível da sua implementação, na perspetiva de responderem aos desafios da crise ambiental e emergência climática; e que contribuam para uma sociedade comprometida com as causas socioambientais em beneficio de um território entendido como um bem comum.
Joaquim Ramos Pinto refere que estão no caderno de encargos das preocupações algumas áreas que necessitam ser discutidas com envolvimento de todos os atores da comunidade aveirense e que respondam às preocupações e críticas dos cidadãos, no sentido de encontrarmos as melhores soluções que proporcionem o aumento da qualidade de vida das pessoas e a transição para uma sociedade ambientalmente responsável e socialmente justa.
Algumas das áreas que merecem uma atenção especial por não terem uma estratégia e plano de ação claramente definidos numa resposta à emergência climática e numa resposta às necessidades e preocupações dos aveirenses são:
– política de ação climática, com especial atenção para a redução das emissões de CO2, com menos carros no centro da cidade, eficiência energética, valorização e promoção dos produtos locais e melhoraria da eficiência da utilização de recursos numa perspetiva de economia circular à escala municipal, comprometida com a valorização do território
– política eficiente da rede de transportes públicos e mobilidade acessível, ampliando os serviços de transportes públicos de forma eficiente e eficaz entre todas as freguesias do município, assim como entre estas e o centro da cidade;
– política de prevenção e redução de resíduos, apostando na sensibilização e Educação Ambiental, recolha porta a porta e compostagem coletiva para redução dos resíduos orgânicos, que, em muito, contribuem para a elevada taxa de resíduos sólidos urbanos. “Numa transição para a economia circular, deve-se trabalhar sobretudo a reutilização ou a reparação (valor e utilidade mais alto), sendo a reciclagem, tradicionalmente, o último ciclo antes da perda do material. Não obstante, este é um passo importante nesta transição e que tem sido trabalhado por Portugal com sucesso, e deve continuar a ser melhorado” (ENEA2020).
– política de valorização e ampliação dos espaços verdes e corredores ecológicos que potenciem a convivência e as dinâmicas sociais nestes espaços incentivando a uma aproximação e contacto com a natureza, por um lado, e, por outro, evitar a fragmentação de áreas verdes, levando à diminuição de alimento e abrigo para os insetos polinizadores influenciando a sua reprodução. Neste sentido a criação de corredores verdes, em zonas urbanas é, portanto, fulcral para a preservação das espécies de polinizadores, permitindo a proteção de biodiversidade e ao mesmo tempo contribui para a produção de alimento, a mitigação das alterações climáticas e bem-estar da população promovendo o interesse da comunidade pela natureza e pelo Ambiente. Nos dias de hoje os insetos polinizadores encontram-se ameaçados, com mais de 40% das espécies a nível mundial estando em risco de extinção, segundo a ONU. É devido aos polinizadores que existe um equilíbrio dos ecossistemas terrestres e um balanço que permite o desenvolvimento da vida.
Aproveitando esta oportunidade, estas reuniões servem, igualmente, para conhecer os temas mais relevantes que estão na agenda dos partidos políticos à escala local em termos das preocupações ambientais e linhas programáticas de prioridades de ação, em matéria de Ambiente e Educação Ambiental, previstas para o Município de Aveiro.
Joaquim Ramos Pinto esclarece, ainda, que estas reuniões servem para apresentar às estruturas locais dos partidos, e aos respetivos deputados municipais, os esclarecimentos que considera oportunos, sobre as notícias que têm vindo a público relacionadas com declarações do presidente da Câmara de Aveiro em relação ao Núcleo da ASPEA Aveiro e ao presidente da Direção Nacional da Associação Portuguesa de Educação Ambiental.
ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental