Estes trabalhadores não têm tido a mesma proteção individual, são vítimas da Covid-19, como os demais, havendo cantinas onde há mais de uma dezena de trabalhadores infetados e os testes de despistagem, que insistentemente reclamam, infelizmente chegaram a muito poucos trabalhadores.
Por António Baião *
Sem desconsiderar os médicos, enfermeiros, técnicos de saúde, assistentes operacionais e demais trabalhadores da área da saúde que têm um papel central neste tempo de pandemia, não podemos deixar de lembrar as mais de 3 mil trabalhadoras e trabalhadores das cantinas dos hospitais, bem como as centenas de trabalhadoras e trabalhadores das lavandarias dos hospitais, resíduos, manutenção, limpeza e de outros serviços hospitalares que têm passado despercebidos na comunicação social e nas palavras de governantes e responsáveis hospitalares.
Contudo, estes trabalhadores que alimentam médicos, enfermeiros, demais funcionários hospitalares e doentes, incluindo as vitimas da Covid-19, bem como os das lavandarias, manutenção, resíduos hospitalares, manutenção, limpeza e outros são trabalhadores que correm riscos semelhantes aos demais, estão emocionalmente e fisicamente debilitados, exaustos, sendo que, muitos deles, trabalham 12 horas diárias, com ritmos intensos de trabalho, que põem em causa, de forma grave, a sua segurança e saúde.
Estes trabalhadores não têm tido a mesma proteção individual, são vítimas da Covid-19, como os demais, havendo cantinas onde há mais de uma dezena de trabalhadores infetados e os testes de despistagem, que insistentemente reclamam, infelizmente chegaram a muito poucos trabalhadores.
Esta situação de falta de equipamento de protecção individual e coletiva tem sido denunciada publicamente pelos sindicatos, mas não têm merecido a melhor atenção de todas as empresas concessionárias do serviço de refeições, lavandaria, resíduos, limpeza e outros, mas também das entidades de saúde e comunicação social.
A FESAHT/Sindicatos apresentou propostas para que os trabalhadores em geral destes serviços concessionados não entrassem nas enfermarias ou para que fossem designados trabalhadores exclusivamente para estes serviços e tivessem proteção especial igual aos médicos e enfermeiros.
Além disso, a FESAHT/Sindicatos propôs que fosse dada prioridade a estes trabalhadores para os testes de despistagem da Covid-19, sem prejuízo de todos os trabalhadores terem também acesso aos mesmos.
Por isso, a FESAHT/ Sindicatos presta publica homenagem a todos os trabalhadores dos serviços hospitalares concessionados dos diversos hospitais.
A FESAHT exige das empresas as mínimas condições de trabalho, designadamente ao nível de desinfetantes, limpeza, proteção individual, reforço dos quadros de pessoal e realização de testes à Covid-19.
Além disso, a FESAHT/Sindicatos exige um prémio mensal de desempenho mínimo de 25% da remuneração mensal que compense estes trabalhadores pelo esforço, empenhamento e dedicação que têm tido no desempenho da sua atividade profissional e exige a atribuição de um subsídio de risco justo a todos estes trabalhadores.
* Federação dos Sindicatos da Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal