Foi recentemente apresentado ao público o Plano Nacional das Artes (PNA) para 2024-2029. Uma das novidades é o seu alargamento às instituições de Ensino Superior (IES), reconhecidas como importantes “polos culturais” e “agentes de democracia cultural”.
Por Paulo Jorge Ferreira *
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O PNA olha para as IES como parte do ecossistema artístico e cultural, com um papel ativo na construção de uma sociedade culturalmente mais consciente e participativa. As universidades são convidadas a criar pontes entre os diversos agentes culturais e a sociedade, assumindo-se, ao mesmo tempo, como centros culturais dinâmicos na promoção de abordagens que combinem a fruição e a educação cultural e artística com as diferentes disciplinas, como parte essencial da formação dos seus estudantes.
Reconhecendo o seu papel na aproximação dos cidadãos às artes e à cultura, as universidades portuguesas que integram o CRUP apresentaram uma proposta de criação de um Programa de Apoio para as Artes e a Cultura no Ensino Superior (PAACES), articulado com os princípios, objetivos e programa do PNA.
Segundo o PAACES, cada IES desenvolverá o seu próprio Plano Estratégico para as Artes e para a Cultura, alinhado com as necessidades e especificidades da sua região, e capaz de promover criatividade, inclusão e bem-estar, gerando envolvimento cívico e benefício público.
A proposta mostra que as IES portuguesas reconhecem a importância do seu papel na dinamização da vida cultural, e que não se limitam às missões tradicionais de ensino e investigação.
É natural que assim seja. As IES devem ser espaços favoráveis aos novos talentos, abertos à experimentação artística, à criatividade e à inovação, de forma a enriquecerem as interligações entre o ambiente cultural local, nacional e internacional.
Mas a rede de Ensino Superior, espalhada por diversas regiões do país, apresenta um outro grande potencial: o de descentralizar a oferta cultural, superando barreiras socioeconómicas e geográficas e democratizando o acesso às artes.
A proposta do CRUP mostra que as IES estão disponíveis para fomentar o acesso à cultura, promover a diversidade artística e patrimonial, envolver públicos de diferentes contextos socioculturais, económicos e geracionais e incentivar a participação ativa dos cidadãos na construção de uma identidade cultural coletiva.
Ao fazê-lo, enriquecerão a experiência académica dos estudantes e estimularão o envolvimento de toda a comunidade académica, contribuindo para a valorização e preservação do património cultural e artístico do país e para o seu progresso cultural.
Um Ensino Superior mais fortalecido nas áreas das artes e da cultura, com planos estratégicos individuais, plurianuais e sustentáveis, será um Ensino Superior mais forte. Vale a pena pensar nisso.
* Reitor da Universidade de Aveiro. Artigo publicado no site UA.pt.
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