Aradas: Advogado interveniente em processos disciplinares da Junta debate redes sociais

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Junta de Freguesia de Aradas, Aveiro.
Natalim3

“Vamos debater outros temas, começamos pelas redes sociais porque acho que ninguém debate as redes sociais. Algum dia se fez um debate sobre redes sociais em Aveiro ? Não é discutido.” Catarina Barreto, presidente da Junta de Freguesia de Aradas, explicou, assim, a organização do ‘debate / conferência’ sobre o tema “Redes sociais, limites, desafios e impactos” agendado para esta sexta-feira à noite, no edifício-sede da Junta.

A autarca eleita pela maioria PSD-CDS-PPM, atualmente a cumprir o segundo mandato na liderança da Junta, confirma que apresentou, “enquanto cidadã”, uma queixa, ainda a correr os seus trâmites, precisamente contra o autor de um texto no Facebook em que se sentiu visada, mas afasta qualquer relação com a discussão fervilhante sobre a gestão da freguesia que é feita nas redes sociais. “Não vai ser assunto. Não é o motivo de todo, vai ser um ciclo de conferências”, garantiu.

Consultar comunicado da Junta de Aradas – debate / conferência’ sobre o tema “Redes sociais, limites, desafios e impactos”

“Nós profissionais do foro devemos debater isto. Até a Ordem dos Advogados devia debater, por isso pedi a um ex-Bastonário”, acrescentou ao justificar o convite dirigido a Guilherme Figueiredo, um dos três participantes na conferência. Catarina Barreto confirma que o convidado é advogado da Junta no âmbito de processos disciplinares movidos a duas funcionárias, entretanto encerrados com um acordo. “Não é avençado, aliás o ser advogado da Junta ou não não interessa. É uma pessoa que tem um currículo notável, de uma sociedade importante (JPAB – José Pedro Aguiar Branco), e com quem tenho relação pessoal desde há muitos anos, que apoiei para bastonário”, explicou.

Guilherme Figueiredo, acrescentou a autarca, “foi advogado num bocadinho de um processo, numa negociação, e para redigir o acordo final, mas isso não é relevante”, adiantando que no caso da queixa movida pessoalmente por alegada difamação ainda não constituiu defensor. Questionada se Guilherme Figueiredo é prestador de serviços à Junta, Catarina Barreto não é conclusiva: “Depende, pode vir a ser ou pode não ser. Não vou responder. Temos vários advogados, não trabalhamos sempre com os mesmos”, disse. “A questão com as funcionárias em que surge, foi porque decidi pedir uma segunda opinião, por eu não concordar com o despedimento. Está resolvida, não há processo. Pagámos um serviço pontual. Quase não nos custou dinheiro. Neste momento, não sei em que processo ele está. Pode ser ou não ser advogado da Junta neste momento. Posso contratá-lo a qualquer momento, é uma pessoa em quem confio”, afirmou, não vendo incompatibilidade em surgir como palestrante a convite da Junta. “Ele saber melhor do que ninguém os limites”, lembrou.

Sobre o convite a Ribau Esteves, presidente da Câmara eleito pela maioria PSD-CDS-PPM, a autarca de Aradas considera que sendo um político local com 25 anos de atividade, poderá abordar a experiência que teve “da política sem redes sociais e depois quando teve de viver com elas”, sendo que “a política é a atividade mais escrutinada”. Quanto a Margarida Balseiro Lopes (jurista e vice-presidente do PSD), justifica o convite para incluir uma mulher e jovem, mas já “com experiência nacional”. “Como é a primeira conferência, temos de ir às pessoas que conhecemos, depois com este painel será mais fácil abrir às pessoas que não conhecemos, tenciono ir a outros quadrantes políticos”, explicou Catarina Barreto.

“Temos queixas todos os dias”

Sobre eventuais casos judiciais em que estejam em causa denuncias de atos relacionados com a gestão da Junta, que levaram inclusivamente já à audição de testemunhas numa investigação a cargo da Polícia Judiciária, Catarina Barreto não fala. “Não sei, especifique o número do processo, temos queixas todos os dias”, ironizou. Quanto à queixa da Comissão Nacional de Eleições (CNE) remetida ao Ministério Público por suspeita de violar deveres de neutralidade e imparcialidade e a proibição de publicidade institucional, garante que só sabe o que saiu na comunicação social. De “processos”, a autarca adianta apenas que “a queixa sobre a contratação de funcionários foi arquivada”.

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