Apoio do PS a lista de Élio Maia em S. Bernardo “é claramente ofensivo” para Alberto Souto – Ribau Esteves

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Assembleia Municipal de Aveiro (Centro Cultural e de Congressos).
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O presidente da Câmara de Aveiro “estranha” o apoio dado pela concelhia do PS a uma lista para concorrer à freguesia de S. Bernardo, que estará a ser formada por Élio Maia, por ter sido um dos maiores críticos da gestão dos mandatos de Alberto Souto pelo PS, a quem sucedeu. Algo que “é claramente ofensivo”, constatou o edil.

Élio Maia esteve à frente do município dois mandatos numa coligação PSD-CDS (falhou o terceiro em candidatura independente), e antes disso, ocupou durante longo período a liderança da Junta local. Ainda não foi desvendada a personalidade escolhida para encabeçar a lista a apoiar pelos socialistas.

A referência surgiu na última Assembleia Municipal depois de Pedro Pires da Rosa (PS), comentar uma intervenção de Filipe Tomás (PSD) em que este fez uma cronologia da evolução da dívida camarária desde Élio Maia até a gestão do atual presidente, ao trazer a dívida de 150 milhões em 2013 para 78.8 milhões de euros.

“Bem sabemos de onde veio o grosso da dívida contraída, ainda hoje com reminiscências de opções políticas erradas que se fizeram há mais vinte anos”, lamentou o social democrata, dando o exemplo da construção do estádio, a que não reconhece utilidade.

O deputado ‘rosa’ pegou na deixa, mostrando desacordo por se continuar a usar o “falso argumento” de quantificar em 250 milhões de euros a dívida dos tempos de Alberto Souto, recordando auditorias (uma da Inspeção Geral das Finanças e outra avaliação externa pedida pela Câmara), que concluíram por cerca de 200 milhões de euros (o PS, na altura, chegou a defender que seria mais reduzida, de 168 milhões). Inferior aos 250 milhões de euros, ou mesmo um valor superior, que eram apontados por Élio Maia.

Apesar das divergências antigas em relação à dívida, Pedro Pires da Rosa deu mérito ao esforço de reduzir a dívida pela anterior maioria PSD-CDS, dizendo que a atual não reconhece como devia e confrontou Filipe Tomás com isso. “Não obstante o balanço que fez e ode à capacidade de gestão de Ribau Esteves, foi muito injusto para com Élio Maia, que conseguiu reduzir 100 milhões de euros em oito anos, num momento de crise que lhe apareceu logo em 2008 e em que fez uma redução de impostos. Foi muito injusto”, referiu.

Ribau Esteves, a rematar a discussão, aproveitou a deixa para retomar críticas ao seu antecessor e ‘tomar as dores’ que Alberto Souto porventura possa sentir ao ver o PS surgir agora a apoiar a lista que Élio Maia estará a organizar em S. Bernardo.

“Se houve pessoa que criticou com violência a gestão do PS que herdou foi Élio Maia, e também o seu vereador das Finanças. Ninguém tem dúvidas disso. Criticaram com veemência, muitas vezes corretamente, outras não. Élio Maia despistou-se completamente no segundo mandato, nomeadamente com a paranóia dos impostos baixos. Não é possível, é como fazer ovos moles sem gema de ovo, não é possível”, insistiu o presidente.

Por estas e por outras, “é estranho” para Ribau Esteves ver agora “o PS pedir uma ajudinha” a Élio Maia “para arranjar candidato e lista à Junta de S. Bernardo, num ato claramente ofensivo ao PS que governou sob a presidência de Alberto Souto, que fez muitas asneiras e muitas coisas boas a favor do município, que globalmente cresceu e fez bem, apenas a gestão financeira foi má, um desastre.”

“Hoje o que pensará Alberto Souto e os socialistas que com ele trabalharam ver o PS reabilitar o seu principal crítico que foi Élio Maia ? É a vida”, disse autarca, para quem Élio Maia, “nos seus dois mandatos, especialmente no primeiro, deu um contributo relevante para a recuperação financeira”, com “duas ajudas” que reduziram o quadro de pessoal, por saída de contratados a prazo e a passagem de 230 funcionários para a Águas da Região de Aveiro (AdRA).

Queixa “surreal” de David Iguaz relacionada com candidatura à Junta da Glória e Vera Cruz

No período aberto ao público, David Iguaz, morador na zona da Beira Mar, e rosto do movimento ‘Juntos pelo Rossio’, voltou a intervir, desta vez a alertar para “um caso” que pensa estar relacionado com águas residuais que entram nas condutas públicas, afectando a sua residência e outras.

Começou em abril e agora será “quase todas as semanas”. Seguiram reclamações para a AdRA, que resolveu o problema, ainda assim tornado “recorrente”, causando avarias em equipamento.

David Iguaz citou “fontes técnicas” que lhe asseguraram que a origem das águas pluviais será das obras na Avenida. “A câmara poderá verificar ? É grave, está a entrar nas águas das casas regularmente”, denunciou.

Ribau Esteves respondeu, dizendo preferir que a informação tivesse sido dada por email para a Câmara, para além do contacto com a AdRA. “Agora vir à Assembleia Municipal, por água suja em casa, é um ato surreal, eventualmente motivado por ser candidato a uma Junta pelo PS”, afirmou.

O edil garantiu que existe uma relação de “trabalho de equipa permanente” com a AdRa, não havendo registos anteriores do mesmo problema. “Não faço a mínima ideia, às vezes não é fácil detetar a origem, da avenida não vislumbro”, conclui, disponibilizando-se a a pedir averiguações.

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