Antigo comerciante “não tem explicação” para ser acusado de burla internacional

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Tribunal de Aveiro.

Um antigo comerciante de bens alimentares que operou a partir de um armazém localizado em Oiã, Oliveira do Bairro, começou a ser julgado, esta quarta-feira, no Tribunal de Aveiro, por crimes de furto e burla.

Segundo o Ministério Público (MP), o arguido, sexagenário, causou quase 82 mil euros de prejuízo a empresas fornecedoras de peixe e marisco congelado de Espanha e Irlanda, num esquema que usava abusivamente empresas portuguesas, indicando os seus dados, nomeadamente, fiscais, nas encomendas, através de contactos feitos através de endereços de correio eletrónicos muito idênticos aos originais.

Confrontado com a acusação, o antigo armazenista, residente no distrito de Coimbra, informou o tribunal que “não queria falar” no julgamento. Acrescentou apenas que “até hoje não encontrei nenhuma explicação para esta situação” que remonta a 2015, só chegando agora à ‘barra do tribunal’.

As empresas portuguesas burladas receberam as faturas para pagar os bens alimentares que tinham sido encomendados “pelo arguido ou alguém a seu mando”. Os fornecedores estrangeiros ‘ficaram a arder’, para além do pescado nunca pago, nos custos assumidos com o transporte.

O pescado vindo de Espanha e da Irlanda acabava descarregado num armazém de Oiã, onde funcionava uma empresa que tinha como gerente a esposa do acusado, entretanto já falecida. No entanto, segundo o MP, era o antigo comerciante quem tratava do negócio, revendendo para o comércio em geral o peixe e marisco que recebia sem pagar.

Após queixas dos lesados, a Polícia Judiciária localizou o armazém, onde ainda conseguiu, ainda, apreender algumas caixas remetidas pelos fornecedores.

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