Allan Guedes Sharif volta a responder por burlas no Tribunal de Aveiro

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Tribunal de Aveiro.

O Tribunal de Aveiro começou hoje a julgar sete arguidos (três homens e quatro mulheres) por crimes de burla, branqueamento de capitais e falsificação informática num pretenso esquema para lesar taxistas de vários pontos do país usando nomes de empresas conhecidas.

Um dos dois cabecilhas é o luso-americano Allan Guedes Sharif , conhecido por envolvimento em diversos processos judiciais, nomeadamente burlas, corrupção e outros crimes, pelos quais foi condenado e está a cumprir penas de cadeia.

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Três dos sete acusados (dois homens e uma mulher) encontram-se detidos.

Dois arguidos (um homem e uma mulher) não compareceram no início da audiência, tendo apresentado justificações.

Os arguidos principais estão acusados de montarem um esquema, a partir da prisão de Vale de Judeus, onde cumpriam penas, para, através do serviço MBway, apropriarem-se de quantias depositadas em contas de cúmplices, usando abusivamente o nome de empresas “grandes”, que eram conhecidas no mercado.

Os acusados principais chegaram a criar domínios na internet (sites) e as respetivas caixas de correio para enviar mensagens com documentos falsos e instruções de como proceder a pagamentos (operações bancárias).

Nos casos apensos ao processo que está a ser julgado em Aveiro, os arguidos terão conseguido apropriar-se de mais de 50 mil euros, quantia que o Ministério requereu que seja declarada perdida a favor do Estado.

Allan Guedes Sharif, 43 anos, informou o tribunal que, nesta fase do julgamento, não irá prestar declarações sobre os factos que lhe estão imputados. O outro cabecilha, de 54 anos, também remeteu-se ao silêncio.

Duas das três arguidas manifestaram interesse em prestar declarações.

Uma das acusadas atualmente presa assumiu que, a pedido de uma pessoa que conhecia um dos arguidos, disponibilizou uma conta bancária em seu nome para receber depósitos em troca de quantias entre 50 a 100 euros, que usaria parcialmente para satisfazer o vício do tráfico de droga, mas não fez parte de “esquema nenhum” nem “fazia perguntas para saber de onde vinha o dinheiro”, admitindo que tivesse origem ilícita.

A outra arguida também confirmou ter recebido transferências de quantias que chegaram a ser de 2.000 euros de uma só vez, a pedido da mulher acusada que está detida. Inicialmente, ter-lhe-á sido dito que o dinheiro resultava do pagamento de dívidas de um terceiro. Como as transferências se sucediam,  desconfiou e não quis “pactuar” mas terá sido coagida a colaborar.

» A dupla mais influente responde por 11 crimes de burla, um dos quais na forma tentada, 11 crimes de falsidade informática e um crime de branqueamento.

» Os restantes acusados, entre 20 e 45 anos, colaboravam, alegadamente, na receção das quantias e na ocultação e circulação dos fundos;

» Os factos ocorreram no final do ano de 2020, quando os elementos do grupo contactaram taxistas, alegando que queriam contratar serviços de transporte de um colaborador retido no estrangeiro e remetendo um falso documento comprovativo do pagamento prévio do preço e despesas. Depois, os arguidos transmitiam às vítimas que era preciso fazer o pagamento de quantias para fazer testes covid ou a travessia do Eurotúnel a efetuar mediante transferência para uma conta que eles indicavam.

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