Uma nova estratégia de gestão de unidades do Serviço Nacional de Saúde começa a encontrar o novo rumo. Uma nova cultura organizacional desponta de norte a sul, do interior ao litoral. Sem dúvida que se adequa à realidade atual e às necessidades reais das comunidades em cada pequena região do país. Vamos assim conseguir encontrar um novo rumo em 2024 e anos seguintes. Ainda vamos a tempo de dar força e um novo impulso ao Serviço Nacional de Saúde.
.Por Rui Nogueira *
Quando o Professor Fernando Araújo escreveu em maio de 2022 que “a porta está quase a fechar-se” queria naturalmente dizer que estávamos a chegar a um ponto de não viragem no Serviço Nacional de Saúde.
E quando o Dr. António Arnaut, a dois dias de nos deixar, pediu ao então Primeiro Ministro António Costa “ó Costa aguenta lá o SNS” fez despertar o interesse político ao mais alto nível pela defesa do serviço público de saúde.
A carreira médica – defendida há muitos anos pelos médicos e pelas suas estruturas representativas a começar pela Ordem dos Médicos – é agora reconhecida como fundamental para garantir a hierarquia técnica e científica, para promover a inovação, para implementar a investigação, para defender a segurança, para continuar a formação médica em todas as suas dimensões, mas acima de tudo, para termos um serviço público responsável, dedicado, estruturante, útil e adequado às necessidades das pessoas.
O ato médico é agora reconhecido e defendido. Que ninguém tenha dúvidas sobre as competências médicas e as tarefas inerentes e exclusivas. O mesmo acontece com todas as outras profissões de saúde.
A aprovação do Plano e Orçamento de Estado para 2024 foi um ato de coragem e lucidez política. Há muitos anos que se sentia a falta de uma clara e evidente defesa da saúde dos portugueses. Era inevitável investir com clareza no Serviço Nacional de Saúde. Assumir uma nova política de gestão de recursos humanos no Ministério da Saúde é uma novidade que dá alento a todos os profissionais e satisfação a qualquer português. Os recursos humanos são um património valiosíssimo de qualquer instituição e na saúde adquirem um especial valor tendo em conta a dificuldade de formação profissional e garantia de competência, atualização e segurança. A defesa intransigente do Serviço Nacional de Saúde consubstancia-se não apenas pela dedicação clara e responsável do novo Ministro da Saúde e da sua fortíssima e competente equipa, mas também pela inequívoca afirmação política do Ministro da Finanças e impulso competente e lúcido do Primeiro Ministro.
O Plano e Orçamento de Estado de 2024 é inequívoco e apresenta sem rodeios a nova política de saúde assumida. Afigura-se fundamental para dar seguimento à ampla participação responsável de todas as novas estruturas do Ministério da Saúde, em profícua ligação e estratégica auscultação das organizações profissionais. Finalmente estamos todos de mãos dadas em defesa da saúde das pessoas.
Com vontade política, com o reconhecimento das necessidades das comunidades, com a competência dos profissionais e a clara noção de termos chegado ao fim da linha, esta era a resposta espectável do Governo e a afirmação desejada do Parlamento. Fica para história a aprovação de um Orçamento sem votos contra, numa desmonstração responsável de interesse político. Na comemoração dos 50 anos de democracia a Assembleia da República assume a sua posição de política social e participa na construção de um novo paradigma.
Quando o novo do Ministro da Saúde se aproximava e lhe estendi a mão para o cumprimentar bati na mesinha de cabeceira e… acordei!
* Médico. Artigo publicado originalmente no site Healthnews.pt.
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