Águeda é conhecido e amplamente reconhecido, na região e no país, como um município inovador, criativo, empreendedor, mais familiarmente responsável, com boas práticas nas áreas do ambiente, educação, turismo, desporto e muitas outras que têm sido apontadas como modelo para outros municípios.
Por Jorge Almeida *
Fruto deste bom desempenho, fomos distinguidos como o Município do Ano, um galardão atribuído pela UM-Cidades, da Universidade do Minho, e também somos vencedores dos prémios LivCom, reconhecendo-nos como um dos melhores municípios do mundo para viver.
São evidências claras de como Águeda se posiciona e como consegue, com as suas ideias e os seus projetos vanguardistas, destacar-se entre os pares. Distinções, prémios e reconhecimento público que não só nos colocam na esfera do que de melhor se faz em Portugal, como canalizam para o nosso concelho as atenções. Isto é competitividade que se repercute a vários níveis, desde o social ao económico, passando pelo cultural e, naturalmente, o turístico.
Parcerias Urbanas para a Circularidade
O Município de Águeda está a atravessar uma fase de grande desenvolvimento que terá efeitos na qualidade de vida das populações, na capacidade de atrair investimentos para o concelho e na dinâmica turística. Conseguimos, fruto de muito trabalho, dedicação e empenho, a garantia de financiamento a projetos estruturantes para o nosso concelho, com a maior captação de investimento alguma vez alcançada numa candidatura a fundos comunitários por parte do Município de Águeda. Trata-se do projeto da Área de Acolhimento Empresarial, que vai implicar um conjunto de investimentos muito avultados e tornar o Parque Empresarial do Casarão (PEC) ainda mais competitivo e com novas potencialidades, posicionando-o na esfera das infraestruturas empresariais de nova geração e como um modelo a ser seguido e replicado internacionalmente.
Nesta candidatura, conseguimos, para este projeto e esta visão estratégica, um suporte financeiro, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de mais de 20 milhões de euros. O próprio Governo e os organismos tutelares definem a nossa candidatura como “a melhor” apresentada, sendo que, por isso mesmo, conseguiu a maior fatia de financiamento em todo o país. Isso é digno de nota e de orgulho.
Com esta verba, financiada a 100% pelo PRR, vamos instalar painéis fotovoltaicos e uma estrutura de armazenamento de energia para autoconsumo, realizar a infraestruturação de uma ilha de qualidade de serviço e estabilidade energética (que permitirá criar um sistema de redundância, mitigando os constrangimentos existentes no fornecimento de energia elétrica e promovendo a resolução de micro cortes), instalar sistemas partilhados de abastecimento elétrico de veículos ligeiros e pesados, e ainda melhorar a cobertura de comunicações móveis no PEC, com ligação de fibra ótica, bem como a instalação de contentorização, torre de comunicações 5G e antenas.
Vai ainda ser criada uma Comunidade de Energia Renovável, que vai reunir um conjunto alargado de parceiros ligados ao PEC e à energia, e vai ser estabelecido um sistema integrado de gestão contra incêndios com a criação de uma equipa de prevenção e primeira intervenção, que prestará apoio ao dispositivo do sistema de proteção civil.
Trata-se de um conceito inovador que torna o PEC altamente competitivo, podendo captar interesse e investimento de empresas com necessidades de qualidade de energia elétrica muito elevada para o seu funcionamento ou empresas com uma grande componente tecnológica nos seus processos de fabrico (que tenham equipamentos grandes consumidores de energia e muito sensíveis a qualquer falha energética, normalmente associados a modelos de produção industrial avançada).
Para além deste projeto, temos em curso a segunda fase desta infraestruturação, num investimento de cerca de dois milhões de euros, comparticipada no âmbito do Programa 2020. Considerando a elevada procura de lotes para instalação de empresas e o facto de os lotes disponibilizados nesta fase estarem praticamente vendidos, está já em projeto uma terceira fase de ampliação do PEC .
A este projeto estratégico, diferenciador e único no país, associa-se a ligação viária do PEC ao IC2, um investimento que vem reforçar ainda mais a capacidade e competitividade do PEC. E, se a estes dois investimentos juntarmos o do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda (ERAA), estamos a falar da cativação de um total de 66 milhões de euros de fundos europeus para projetos estruturantes a realizar no concelho de Águeda.
O ERAA, um projeto há dezenas de anos ansiado e que vai finalmente ser uma realidade, não só vai permitir ter uma ligação privilegiada a outras vias importantes – como a A1 e a A17, determinantes para a competitividade de Águeda do ponto de vista empresarial –, como vai permitir uma ligação mais facilitada a Aveiro, cujo trajecto vai poder fazer-se em apenas dez minutos. Características importantes para o fluxo comercial, mas também de pessoas.
Estes e outros investimentos que temos em curso permitem criar as condições para cativar investidores nacionais e internacionais para a criação de empresas, e, consequentemente, de disponibilidade de emprego no nosso concelho, tornando-o ainda mais atrativo para viver e trabalhar.
* Presidente da Câmara de Águeda. Artigo publicado originalmente na revista Smart-Cities.
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