Ninguém vota, este domingo, para as eleições presidenciais na união de freguesias de Belazaima do Chão, Agadão e Castanheira do Vouga, concelho de Águeda.
O boicote que levou populares a colocar barreiras nos acessos e cadeados nas entradas às três mesas de voto deve-se à retirada de médicos de família que prestavam serviço na extensão de saúde local.
Há cerca de um ano que a população destas localidades serranas passou a ter de se deslocar ao centro de saúde na cidade.
Consumado o protesto, será agendado novo eleitoral para dentro de uma semana.
O presidente da Câmara, Jorge Almeida, disse à reportagem da TVI compreender as queixas, defendendo a manutenção dos cuidados de saúde primários na localidade.
A GNR compareceu junto dos locais de voto, não se tendo registado incidentes.
Os locais de voto acabaram por ser reabertos, mas com reduzida participação eleitoral (277 votantes em 1.352 inscritos).
Discurso direto
“Apesar de não concordar com este tipo de protesto, compreendemos a indignação e a revolta da população. A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) garantiu que colocaria aqui um médico, mas até ao momento não aconteceu. Peço à ministra da Saúde e ao Presidente da República que nos ajude, porque temos aqui uma União de Freguesias com cerca de 90 quilómetros quadrados, maior do que muitos concelhos do nosso país, e com uma população envelhecida. Não temos condições para deslocar as pessoas para o centro de saúde de Águeda, onde os transportes públicos são escassos” – Vasco Oliveira, presidente da União de Freguesias (UF) de Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga e Agadão.
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