Uma informação útil para os amantes dos comboios históricos que eventualmente estejam a pensar embarcar na locomotiva a vapor na linha do Vouga, este sábado: o segundo e último dia de viagens, que foi adiado por força do mau tempo, já tem lotação esgotada.
O grande interesse turístico gerado em torno da iniciativa leva o comércio local e a autarquia de Águeda a pedir um programa regular de comboios históricos.
“O comboio histórico é uma peça importante no puzzle promocional da cidade, teve um impacto muito grande e o retorno muito bom, vai ajudar a que venham mais turistas”, afirmou Bruno Almeida, presidente da Associação Comercial de Águeda (ACOAG), lançando o apelo para a CP tornar as viagens da locomotiva regulares.
“Gostaríamos que continuasse, que fosse uma constante, porque traz garantidamente muita gente, interessada em fazer o passeio e conhecer Águeda, que é já muito procurada pelas ruas com instalações dos guarda-chuvas coloridos e outros eventos de animação”, disse o representante do comércio e serviços de proximidade, como é a restauração.
“Vejo que nos possa ajuda com algo mais, a pessoa faz a viagem, até pode ser uma visita mais curta devido aos horários do passeio, mas garantidamente ficará com vontade de regressar e conhecer, passando a palavra a familiares e amigos”, acrescentou Bruno Almeida vendo neste desbravar de caminho rumo a Águeda “o verdadeiro potencial do comboio histórico”.
“Não tenho dúvidas que é para continuar” – presidente da Câmara
As duas viagens experimentais da locomotiva tiveram reservas de passageiros vindos propositadamente do estrangeiro.
Mais uma razão para Jorge Almeida, presidente da Câmara de Águeda, reforçar o empenhado em ajudar a manter a locomotiva a vapor CP E214 na Linha do Vouga.
“Vamos fazer o balanço, por nós só faz sentido que continue. Mas precisamos de chamar mais entidades, para que se mantenha o sucesso. Circulou cheio e sabemos que houve imensos pedidos”, afirmou o edil.
A circulação necessita de ser sustentável financeiramente. Para isso, seria útil aumentar as carruagens e consequentemente os lugares disponíveis, permitindo baixar custos e preços. “Seria importante recuperar, pelo menos, mais duas carruagens. Tem 144 lugares, pode aumentar para 200 ou 300 pessoas e diminuir os custos da operação que é cara”, explicou Jorge Almeida.
A edilidade, pela sua parte, compromete-se, desde já, “a desenvolver” o projeto do museu ferroviário de Macinhata do Vouga, onde está guardada espólio importante e único, tendo adquirido terrenos nas imediações da antiga estação nesse sentido.
Um comboio histórico, mas com locomotiva a diesel circulou durante os últimos dois verões no Vouguinha, uma linha centenária que tem no seu percurso, também, um dos mais importantes núcleos museológicos do país.
Discurso direto
“Isto tem vindo a ser construído. Há dez anos não havia gente nas ruas no Verão, agora são aos milhares e em outros períodos do ano. Os comerciantes começam a sentir que está na hora de investir nas ruas, em projetos turísticos. Existe agora essa vontade, com novas ofertas, dirigidas aos aguedenses mas também a pensar em que nos visita. Estão a abrir mais horas, a trabalhar mais tempo, a criar empregos e é um tipo de emprego que é importante existir” – Bruno Almeida (ACOAG).
“Este mês vamos reunir com a CP, perceber como as viagens funcionaram, como pode ser viável. Há público disponível e um grande potencial ferroviário histórico a aproveitar. Não me espantou nada. Tem pernas para andar e vamos andar. Não tenho dúvidas que é para continuar, mesmo com as condicionantes do Verão. Temos aqui uma raridade. Se conseguirmos meia dúzia de viagens durante o ano seria interessante. Precisaremos de apoio, mesmo de privados” – Jorge Almeida, presidente da Câmara de Águeda.
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