Efluentes: Estudo técnico vai reavaliar impacto do emissário de São Jacinto

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Instalações da ADLC em São Jacinto, junto à estrada marginal.
Natalim3

A Águas do Centro Litoral (ADCL) encomendou um estudo técnico para “avaliação do impacto” do efluente descarregado através do emissário de São Jacinto para entregar na Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Centro.

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A equipa encarregada tem um prazo de meio ano para executar a tarefa, que foi adjudicada pela empresa do grupo Águas de Portugal (AdP) pelo preço máximo de 60 mil euros. O estudo técnico terá de fazer a recolha de dados produzidos desde de 2012 pelo funcionamento do emissário, que encaminha para o mar efluente tratado, mas também simulações e eventual preparação de uma campanha de medição de parâmetros ambientais, caso a ARH venha a solicitar.

Segundo informação prestada a NotíciasdeAveiro.pt pela ADCL, a avaliação decorre no âmbito da renovação da Licença de Utilização dos Recursos Hídricos (LURH), em que é necessário ter conhecimento do “impacto atual da rejeição no meio hídrico, assim como do futuro aumento da carga rejeitada”, decorrente da ampliação da fase líquida das Estações de Tratamento de Águas Ressiuais (ETAR). A empresa adianta que “não há registo de qualquer anomalia” no emissário.

O último estudo (2012) foi efetuado por uma equipa formada por investigadores da Universidade de Aveiro e do Instituto Superior Técnico, que incluiram um programa de monitorização de nutrientes e de fitoplâncton com duração de sete meses para avaliarem o estado trófico na região e um estudo de modelação.

Na altura, concluiu-se pela classificação das águas como “muito boas” em termos do estado trófico. Já o efeito da pluma do emissário “era dificilmente detetável nas concentrações de nutrientes e de clorofila medidas”.

Com o novo estudo, pretende-se “assegurar que a descarga do emissário submarino de São Jacinto no meio hídrico continua a ser insignificante para a alteração do estado trófico da região”.

Fugas no atravessamento do canal aguardam reparação definitiva

Apesar de não serem reportadas anomalias no emissário, em julho passado, durante uma inspeção de rotina à travessia do Canal de São Jacinto, “foram identificadas duas fugas prontamente alvo de intervenção”. como a reparação implicaria a interrupção do sistema de saneamento em plena época estival, “optou-se por uma solução temporária que conseguiu, de imediato, conter as fugas”. Quanto à reparação definitiva, está prevista para este último trimestre deste ano, “assim que estejam garantidas todas as condições necessárias para a interrupção do sistema.”

A AdCL assegura que tem previsto investimentos de manutenção para assegurar “a boa exploração” das suas instalações, nomeadamente dos seus exutores submarinos, sabendo-se “que são um contributo para a qualidade das águas balneares e para a classificação das praias com Bandeira Azul.”

Os efluentes tratados e rejeitados ao mar estão “em conformidade com o disposto” na LURH, “cumprindo todos os parâmetros impostos pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, onde os resultados da monitorização ficam acessíveis na respetiva plataforma informática.

O emissário submarino de S. Jacinto foi construído em 1998 pela antiga SIMRIA (hoje ADLC), drenando o efluente rejeitado pelas ETAR de Cacia, Ílhavo e S. Jacinto, assim como os da Navigator (Portucel). Serve os concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Cantanhede, Estarreja, Ílhavo, Mira, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Vagos e Santa Maria da Feira. O emissário tem o comprimento total de 3.378 metros e desenvolve-se entre a câmara de carga (situada em São Jacinto) e o local de despejo.

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