Agente imobiliária acusada de burlar clientes

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Tribunal de Aveiro.

Uma mulher começou a ser julgada no Tribunal de Aveiro, esta quarta-feira, por três crimes de burla alegadamente cometidos enquanto agente imobiliária numa empresa de que era sócia-gerente.

A arguida, residente em Aveiro, atualmente administrativa num escritório, está acusada de ter enganado três clientes entre 2011 e 2017, apropriando-se indevidamente de uma quantia a rondar 125 mil euros.

Nas declarações prestadas no início do julgamento, assumiu estar em falta na devolução de quantias a um emigrante em França amigo da sua família, que foram movimentadas em negócios imobiliários, para as quais tinha procuração, mas que não se concretizaram. “O dinheiro ficou comigo”, confessou, dando conta que assinou uma “confissão de dívida” de 75 mil euros, que está junto ao processo.

Numa outra suposta burla, segundo a acusação, a arguida ter-se-á feito passar por solicitadora para negociar uma casa na praia da Barra, em Ílhavo, posta à venda num processo executivo (penhora). O comprador entregou cinco mil euros de ‘sinal’ e não viu ‘avanços’ no negócio. Quando descobriu quem era o verdadeiro solicitador encarregado da venda, tentou receber o dinheiro adiantado, mas sem sucesso. A ex-agente imobiliária negou que tenha atuado na forma descrita e alegou que o dinheiro recebido foi usado em vários serviços prestados.

Por último, a mulher é acusada de ter vendido um terreno em Albergaria-A-Velha a um casal para construção de uma habitação sabendo de antemão que não seria possível licenciamento para tal, uma vez que não estava construído o acesso viário, dependente de um terreno confinante.

O casal pagou cinco mil euros pela parcela e depois mais 1370 para projetos de arquitetura. Com ajuda da agente imobiliária, os lesados contrariam um empréstimo bancário de 30 mil euros que entregaram para iniciar as obras, o que nunca aconteceu, ficando com um serviço de dívida de 500 euros mensal. A arguida devolveu apenas cerca de 2890 euros, ficando com 45.000 euros.

“Realmente, o terreno não dava para construção. Disseram-nos na Câmara que provavelmente depois eleições autárquicas se fizessem arruamentos”, explicou a arguida, garantindo que foi gasto dinheiro na compra de material de construção.

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