Adjudicada a conclusão do desassoreamento da Barrinha de Esmoriz

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Barrinha de Esmoriz,.
Natalim3

A Polis Litoral Ria de Aveiro adjudicou, recentemente, a conclusão da empreitada de dragagem da Barrinha de Esmoriz, que inclui a transposição de sedimentos para redução da erosão costeira.

O contrato atinge 1,339 milhões de euros, acrescido de IVA, num concurso em que o valor do preço base era de 1,6 milhões de euros.

A intervenção, que deverá ser executada em 150 dias, abrange as freguesias de Esmoriz (Ovar) e Paramos (Espinho).

A dragagem e a transposição de sedimentos da lagoa faziam parte da empreitada de requalificação e valorização da Barrinha de Esmoriz, suspensa antes da época balnear de 2017.

Segundo informação dada na altura, pela Câmara de Ovar, na Assembleia Municipal, a paragem deveu-se à rescisão do contrato pela Polis Litoral por alegado incumprimento por parte do empreiteiro.

A empreitada irá proceder à dragagem de 272.000 metros cúbicos de sedimentos e a sua deposição por repulsão na costa, a norte do esporão norte e a sul do esporão sul.

Já os materiais dragados compatíveis com areia de praia serão depositados nas praias de Paramos e de Esmoriz, com o objetivo de minimizar os efeitos da erosão costeira característica deste trecho do litoral.

Os restantes materiais serão lançados no mar através do topo dos esporões a norte e a sul da Barrinha.

2,7 milhões de euros investidos em desassoreamento

A lagoa está em zona protegida pela Rede Natura 2000. Desde 2016 que tem recebido trabalhos de requalificação ambiental que deverão ultrapassar quatro milhões de euros, financiados em 85 por cento por fundos europeus.

2,7 milhões de euros foram investidos em desassoreamento de 272 mil metros cúbicos de lodos e areias, reabilitação do dique fusível, requalificação de margens e cordões dunares, construção dos novos percursos de lazer e plantação de centenas de novas árvores no local.

Zona húmida mais importante do litoral norte português

Com 398 hectares, a barrinha de Esmoriz e Paramos é considerada a zona húmida mais importante do litoral norte português. Um “local relevante para a biodiversidade”, por integrar três habitats naturais de conservação prioritária e servir para a reprodução e paragem de 162 espécies de aves de importância protegida.

Entre essas destaca-se o garçote (Ixobrychus minutus), a garça-vermelha (Ardea purpurea), a águia-sapeira (Circus aeruginosus), o pernilongo (Himantopus himantopus) e o pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica), a que se juntam ainda animais em situação vulnerável ou em perigo como a rã de focinho pontiagudo (Discoglossus galganoi), a enguia-europeia (Anguilla anguilla) e o morcego-rato-grande (Myotis myotis).

O Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta acrescenta ainda a essa lista a campanulácea (Jasione lusitânica), espécie vegetal endémica dos areais do litoral noroeste “significativamente ameaçada”.