A forma como a Câmara de Aveiro se empenhou, incluindo financeiramente, na organização de um acampamento municipal de escuteiros, agendado para Outubro, em São Jacinto, motivou reparos críticos do PS na reunião de executivo.
Para o vereador Manuel Oliveira de Sousa, faria sentido “algo mais alargado” aos jovens do município. “Era interessante que fosse um acampamento de jovens”, referiu.
O modelo escolhido, na opinião do eleito, acaba, assim, por “discriminar” pela negativa, “centenas” de outras iniciativas semelhantes que não mereceram apoios, incluindo Escoteiros (movimento de escutismo não católico).
A ideia de realizar o acampamento no campo Escuta partiu do presidente do município, convidando os 10 agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas a funcionar no concelho. O município atribui uma ajuda de 25 euros por participante.
Manuel Oliveira de Sousa considerou que a Câmara acaba também por “instrumentalizar” o movimento que “não tem tradição de fazer acampamentos municipais, mas sim ao nível regional ou nacional”.
Ribau mostra-se chocado com a crítica
Na reação, o presidente da autarquia não escondeu o desagrado com o que ouvira do vereador. “Chocante insensatez e demagogia, como lhe é típico”, reagiu, acusando ainda Manuel Oliveira de Sousa do “cúmulo da mentira” ao aludir a outros acampamentos de jovens que terão passado ao lado dos apoios municipais. Ribau Esteves reduziu a “zero” as iniciativas do género que foram dadas ao conhecimento da Câmara.
“Dizer que instrumentalizamos os escuteiros é grave, vindo de si”, criticou o edil, “lamentando profundamente” a tomada de posição.
O PS acabaria por votar contra o apoio ao acampamento de escuteiros.
O acampamento municipal (ESCUTAMA) está agendado para 5 a 7 de outubro, no Centro Nacional de Formação Ambiental de São Jacinto, devendo ter periodicidade anual.
A Câmara entende que o campo “é uma importante valência municipal, de âmbito nacional e europeu, dinamizando atividades de relevância na sensibilização e formação ambiental e social, que necessita de uma requalificação a curto prazo”, para a qual existe abertura de atribuir apoios financeiros.
O compromisso passa por “investir num plano em estudo a acordar com o Corpo Nacional de Escutas.”
Segundo uma nota da autarquia, a ESCUTAMA, sob o lema “Abraço à Ria”, pretende ajudar na “divulgação da história de Aveiro, reforçando a identidade dos mais Jovens enquanto Aveirenses, assim como a preservação do meio ambiente, visando a mobilização dos cidadãos utilizando os Escuteiros como um instrumento de intervenção junto da comunidade aveirense”.
Está prevista inscrição de 820 participantes e um investimento máximo de 20.500 euros.