Falamos do abuso sexual. Em particular, do abuso sexual em crianças e adolescentes. É cada vez mais frequente a denúncia de tais atos criminosos. A sensibilidade relativamente a este tema, por parte dos pais, dos educadores e da sociedade, tem vindo a crescer, no entanto, ainda há muito para ser considerado, para que a minimização dos riscos e o tratamento de danos na área dos abusos possam ser equacionados e enfrentados de forma mais eficaz.
Por Andrea Ramos *
Refiro-me a sensibilidades diversas, tais como: preparação preventiva dos espaços, através de planos arquitetónicos transparentes e seguros; educação de adultos para a observação adequada de sinais e reações passíveis de indicarem a possibilidade de abuso; vigilância de brincadeiras entre crianças e adolescentes; promoção de conversas adequadas com crianças e adolescentes, com sentido pedagógico e de sensibilização preventiva; criação de políticas verdadeiras e saudáveis de proteção das vítimas, bem como de garantias mais eficazes de condenação dos agressores e do seu distanciamento de possíveis futuras vítimas; desenvolvimento de programas terapêuticos multidisciplinares, visando a difícil, mas possível, restauração e reestruturação progressiva das vítimas; sensibilização para o controlo parental relativamente à utilização das redes sociais; sensibilização dos adultos, sem alarmismos, para o facto de o abusador ser, frequentemente, uma pessoa próxima e de confiança da família da vítima; ações de formação e sensibilização junto das instituições que lidam e trabalham com crianças e adolescentes; entre outras.
Neste sentido, o conteúdo agora presente nas páginas deste livro, a ser explorado em ambiente de sala de aula ou em ambiente familiar, pode ser condutor de conversas difíceis, mas necessárias, entre pais e filhos, professores e alunos. Um elemento facilitador de prevenção, mas também de descoberta e denúncia, com consequente processo de sinalização judicial. O conhecimento das melhores práticas, e as suas possibilidades, são imprescindíveis à boa e cuidadosa condução dos processos desta natureza.
O que mais desejamos todos, nomeadamente a autora do presente livro, é que este possa ser mais um instrumento de prevenção e despiste de situações desta natureza.
Com alguma fantasia à mistura, a autora deixou nas páginas deste livro uma forma mais suavizada de tratar um tema tão perverso, sem lhe retirar a seriedade e objetividade devidas. (…)» João Martins, psicólogo e pastor.
* Autora do livro “A Menina das Escadas”. https://www.andrearamos.pt/
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