A inauguração da Feira de Março de 2022, em Aveiro, esta sexta-feira, retomou uma tradição secular que teve nos últimos dois anos um interregno forçado por razões de saúde pública.
Artigo relacionado
Ribau Esteves, presidente da Câmara, a entidade organizadora, entendeu “enfatizar” na “nota primeira” da sua intervenção de abertura o reencontro dos expositores (comércio, serviço, restauração, diversões) com o público numa fase de alívio, mas ainda de cuidados devido à pandemia.
“O mais importante é voltamos a estar aqui, com aprendizagens novas, das quais devemos tomar boa nota, porque vivemos um mundo em que as tragédias nos deviam ter dado oportunidade de reaprender a viver a vida, mas muitas vezes não se tem aprendido grande coisa”, lamentou.
O edil aveirense apontou outra “nota importante que devemos deixar bem marcada, agora que até parece que a pandemia passou e não passou”, secundarizada porque surgiu “uma guerra que volta a perturbar gravemente a Europa”.
“Ir removendo as pedras, seja uma pandemia, seja uma guerra, seja aqueles que de entre nós são vítima de atentados de má língua e de atentados de carácter”
Para Ribau Esteves, é necessário “tirar de lição” que “a vida é um caminho fantástico, como escreveu Eduardo Lourenço ‘mais importante do que o destino é o caminho’, e o caminho é a vida, que tem sempre pedras” afirmou, não deixando de aludir aos desafios causados pela pandemia e, mais recentemente, pelo conflito na Ucrânia. Mas também apontou, nas entrelinhas, o episódio desta semana relacionado com a divulgação de uma fotografia na imprensa que retrata os autarcas da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro num momento lúdico paralelo ao programa de visita oficial realizada à Expo Dubai.
“Nós só temos de ter a opção de vida, a energia e solidariedade de todos para ir removendo as pedras, das mais leves às mais pesadas, seja uma pandemia, seja uma guerra, seja aqueles que de entre nós são vítima de atentados de má língua e de atentados de carácter de forma banal, mas massiva, só porque querem disponibilizar-se para servir os outros; tudo isso devem ser as pedras do caminho que nos relembram que há caminho, que é a vida, e que há força e aposta renovada para tirarmos as pedras do caminho”, afirmou.
A abertura do “símbolo maior da festa aveirense, que é a Feira de Março, na tradição, longevidade e duração” foi encarada por Ribau Esteves como “um dia excecionalmente especial, por termos oportunidade de viver a feira” em todas as suas atividades.
Homenagem das empresas de diversões
A Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED), representando um dos sectores mais afetados nos anos de pandemia pela ausência de grandes eventos, aproveitou a inauguração para homenagear a Câmara de Aveiro, na pessoa do presidente, pelos apoios dados à atividade, nomeadamente com a autorização de um evento especial durante o verão e também com descontos nas taxas para compensar a paragem da Feira de Março desde 2020.
Ribau Esteves recebeu das mãos do presidente da APED um carrossel em miniatura como forma de agradecimento do sector por se ter manifestado “sensível às dificuldades” enfrentadas. “Deixamos uma palavra de sentimento de gratidão pela ajuda do municipal durante a pandemia e agora supostamente pós pandemia”, referiu Francisco Bernardo.
Artigo relacionado
Feira de Março regressa com desconto de 50% para expositores e empresas de diversões
Publicidade, serviços e donativos
» Está a ler um artigo sem acesso pago. Faça um donativo para ajudar a manter o NotíciasdeAveiro.pt de acesso online gratuito;
» Pode ativar rapidamente campanhas promocionais, assim como requisitar outros serviços.