O abandono universitário tem vindo a ser um tema recorrente nas discussões sobre a educação superior em Portugal. Com percentagens alarmantes de estudantes que desistem dos seus cursos, é fundamental analisarmos este fenómeno e as suas implicações não apenas para os indivíduos, mas para a sociedade como um todo.
Por Anabela Possidónio *
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Estatísticas recentes indicam que cerca de 30% dos estudantes que ingressam no ensino superior em Portugal não concluem os seus cursos. Este dado é preocupante, especialmente quando consideramos o investimento significativo que tanto os alunos como o Estado fazem na educação. O abandono universitário não afeta apenas a vida dos estudantes, mas também a economia e o desenvolvimento do país. Cada aluno que desiste representa um potencial talento que poderia ter contribuído para a inovação e crescimento da sociedade.
As razões para o abandono são diversas e complexas. Entre os fatores mais frequentemente citados encontram-se a falta de motivação, o insucesso académico, problemas financeiros e a dificuldade em conciliar os estudos com outras responsabilidades, como trabalho e família. Além disso, muitos estudantes sentem-se desorientados em relação ao seu futuro profissional, o que os leva a questionar a relevância do curso que escolheram.
É crucial que as instituições de ensino superior adotem uma abordagem mais proativa para enfrentar este desafio. A implementação de programas de apoio psicológico e académico pode ser uma solução eficaz. O acompanhamento individualizado dos alunos desde o momento da matrícula até à conclusão do curso poderá ajudar a identificar precocemente aqueles que estão em risco de desistir e a proporcionar-lhes o apoio necessário.
Outro aspecto importante é a criação de um ambiente académico inclusivo e motivador. A promoção de atividades extracurriculares que fomentem a integração social e o desenvolvimento de competências interpessoais pode aumentar a satisfação dos estudantes e, consequentemente, a sua retenção. Além disso, é essencial que as universidades estabeleçam parcerias com empresas e instituições que possam oferecer estágios e oportunidades de emprego, ajudando assim os alunos a visualizar o seu futuro profissional e a perceber a importância do seu percurso académico.
A questão do abandono universitário é, sem dúvida, uma preocupação que merece atenção redobrada. A educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equitativa. Portanto, é imperativo que todos os intervenientes – desde os governantes até às instituições de ensino, passando pelas famílias e pelos próprios estudantes – se mobilizem para encontrar soluções eficazes e sustentáveis.
Em última análise, a nossa capacidade de reter e formar os jovens que aspiram a um futuro melhor depende da nossa disposição para ouvir as suas vozes e entender as suas necessidades. O abandono universitário não é apenas uma estatística; é um sinal de que algo não está a funcionar e que é preciso agir. Através de um esforço conjunto, podemos moldar um sistema educativo que não apenas ensine, mas que também inspire e prepare os estudantes para os desafios do mundo contemporâneo.
Em suma, o abandono universitário em Portugal é uma questão que exige uma abordagem multifacetada e uma vontade coletiva de mudança. Acredito que, com as medidas adequadas e um compromisso genuíno, podemos transformar esta realidade e garantir que mais jovens completem os seus estudos, contribuindo para um futuro mais próspero e inovador para todos.
* Fundadora da Shape Your Future. Artigo publicado originalmente no site Linktoleaders.
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