A Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAV) associa-se, esta quinta-feira, às comemorações do Dia Nacional do Estudante que, este ano, pretendem alertar, em especial, para o fenómeno do abandono escolar, exigindo medidas de apoio aos alunos (com declarações vídeo).
A reivindicação expressa pelo ensino superior, através do movimento ‘Académicas’, um grupo de nove associações de estudantes que, para além das ações em cada uma das universidades, e organiza também uma concentração em Lisboa, junto à Assembleia da República.
Este ano, evocam-se os 60 anos da “crise académica de 1962” que eclodiu na Cidade Universitária de Lisboa após a proibição das comemorações do Dia do Estudante pelo Estado Novo.
Tal como na altura, Wilson Carmo, presidente da AAUAv, defende que é necessário “continuar a dar voz aos estudantes” para melhorar o ensino superior de forma a enfrentar “algumas problemáticas”, como o caso do abandono escolar.
Depois da pandemia, estudos nacionais indicam que 45% dos alunos terão de alguma forma ponderado desistir. 1 a 2 %, consumaram essa decisão, deixando os cursos. As razões são várias, económicas desde logo mas também pessoais.
O regresso do ensino presencial trouxe “pressão social e os problemas mentais aumetaram bastante”, referiu o presidente da AAUAV, retomando um alerta deixado aquando da tomada de posse.
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Uma “temática” que os estudantes querem “discutir para começar a combater”, aproveitando o Dia do Estudante para deixar nota reivindicativa de algumas “soluções para evitar este pensamento de abandono escolar”.
Em Aveiro, “não há um estudo local” do fenómeno, mas a AAUAv recebe sinais que “pensar ou mesmo abandonar efetivamente o ensino está mais constante” na mente de estudantes, sendo necessário “abordar o tema para que os casos não se agravem” (declarações em vídeo).
Os alunos internacionais são dos mais sensíveis, por necessidade de adaptação ao país e a planos curriculares que podem ser bastante diferentes, além de aspetos sócio económicos que levam a ter de trabalhar em paralelo, por exemplo.
O regresso ao ensino presencial trouxe uma “pressão psicológica” aos alunos que estiveram remetidos ao estudo à distância.
O presidente da AAUAv pede também mais “inovação pedagógica no ensino superior”, mantendo um debate com a participação de alunos, para garantir que os cursos vão ao encontro das expetativas e sejam mais flexíveis nas opções curriculares.
Sobre a manutenção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no novo Governo, Wilson Carmo mostra-se satisfeito. “Agrada bastante, o ensino superior por si já sofre de sub financiamento crónico. Tínhamos muito receio que se mantivesse e agravasse. Não estávamos a ver para onde iria a investigação e a ciência ? Para a Economia ? Acreditamos que iria desvirtuar ainda mais o conceito e perdermos financiamentos”.
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