Nos últimos anos, Angola tem testemunhado uma transformação significativa na área da saúde, impulsionada por iniciativas governamentais e parcerias internacionais.
Este artigo examina os principais avanços e desafios enfrentados pelo país na busca pela melhoria da saúde pública.
Erradicação da Poliomielite e Combate à COVID-19: Parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Governo dos EUA
A colaboração entre a Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola e diversas agências governamentais dos Estados Unidos, como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), tem sido fundamental para o avanço significativo na saúde pública angolana. Esta parceria enfatiza a importância dos EUA como um parceiro essencial, possibilitando que a OMS ofereça assistência importante ao governo angolano na melhoria da saúde e bem-estar de sua população.
Um dos maiores sucessos dessa colaboração é a erradicação da poliomielite. Com apoio financeiro dos EUA para vigilância, Atividades de Imunização Suplementares e recursos humanos, Angola alcançou um marco ao ser declarada livre do poliovírus selvagem em 2015. A luta contra a poliomielite derivada da vacina (cVPDVP2) continuou, com operações financiadas pelos EUA interrompendo a circulação do vírus, sendo o último caso reportado em fevereiro de 2020.
No combate à COVID-19, houve uma participação significativa dos EUA. Eles forneceram suporte financeiro, técnico e logístico para os esforços de vacinação, contribuindo para o sucesso contínuo da Iniciativa Global Vax. Este projeto visa vacinar totalmente pelo menos 70% da população angolana, com cobertura atual de 87% para a primeira dose e 51% totalmente vacinados.
Além do financiamento, a parceria se estendeu ao suporte técnico e logístico fornecido por agências dos EUA como AFENET e CDC, especialmente no combate à poliomielite e outras doenças preveníveis por vacinação. Essa colaboração aprimorou a capacidade de Angola em vigilância epidemiológica e resposta, assegurando sistemas de saúde mais robustos.
Recentemente, em outubro de 2023, um novo projeto com a USAID focou na prevenção e tratamento do HIV nas províncias de Cunene e Huambo. Esta iniciativa visa aumentar a consciencialização sobre o HIV, melhorar a qualidade do tratamento e cuidados, e fortalecer a análise de dados e monitoração do HIV/AIDS.
Olhando para o futuro, o governo dos EUA e suas agências, como USAID, CDC e o Governo Estadual dos EUA, têm sido parceiros vitais para a OMS Angola. Esta parceria se destaca como um exemplo do poder da colaboração no enfrentamento dos desafios de saúde global a nível de país. A expectativa é que essa parceria cresça em linha com o apoio à Cobertura Universal de Saúde, Segurança em Saúde e abordagem dos determinantes de saúde em Angola.
Investimento em Infraestrutura Hospitalar: Construção de Novos Hospitais
A Angola está a testemunhar um avanço significativo na área da saúde com o investimento em infraestrutura hospitalar, marcado pela construção de três novos hospitais. Esta iniciativa, resultante de uma colaboração entre a empresa de gestão de investimentos Investec, o Ministério das Finanças de Angola, a Export Credit Insurance Corporation da África do Sul (ECIC), e o arranjador principal de facilidades Unicredit, apoiado pela agência de crédito à exportação italiana SACE, envolve um financiamento comercial de €225 milhões.
O projeto inclui a construção de um hospital de 17.200 m² e 200 camas em Huambo, um de 10.112 m² e 100 camas em Luena, e outro de 9.970 m² e 100 camas em Cabinda, desenvolvidos pela Vamed, especialista em hospitais e instalações de saúde. Estes hospitais são esperados para serem concluídos num prazo de cinco anos, com previsão de €14 milhões em exportações sul-africanas através da transação comercial intra-africana.
Este investimento não é apenas um marco na melhoria da cobertura de saúde em Angola, mas também uma resposta estratégica aos desafios contínuos na área, como a falta de pessoal qualificado. Para tal, a Vamed comprometeu-se com um processo conjunto de gestão hospitalar de dois anos, uma vez construídas as instalações, para garantir a operação otimizada dos hospitais.
A necessidade dessas infraestruturas é ainda mais evidente ao considerarmos os desafios de saúde em Angola, como o alto índice de doenças como malária, febre amarela, cólera, zica e tuberculose, que representam significativas taxas de mortalidade e morbilidade no país.
Além disso, este projeto é um exemplo da colaboração entre agências africanas, governos e instituições financeiras para promover o comércio e o desenvolvimento social na região, contribuindo significativamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, especialmente os relacionados à boa saúde e bem-estar e à indústria, inovação e infraestrutura.
Conclusão
A transformação da saúde em Angola é um processo em andamento, marcado por sucessos significativos e desafios contínuos. As iniciativas para melhorar a infraestrutura hospitalar, erradicar doenças e revitalizar a atenção primária à saúde são passos fundamentais para garantir uma cobertura de saúde universal e de qualidade. Com o contínuo apoio de parceiros internacionais e o compromisso do governo angolano, o país caminha em direção a um sistema de saúde mais robusto e acessível.
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