A ‘tempestade perfeita’ está à vista

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AHRESP (arquivo).

Dia 18 de fevereiro marcou o regresso de Portugal ao estado de alerta no contexto da pandemia, o que implicou um alívio nas restrições, nomeadamente o fim da recomendação de teletrabalho, bem como o fim d a exigência do certificado digital e de apresentação de teste negativo em bares e discotecas.

Por Mário Pereira Gonçalves *

Com exceção do uso da máscara, já não existem restrições ao funcionamento dos nossos estabelecimentos.São boas notícias, há muito aguardadas pelas empresas e empresários da restauração, similares e do alojamento turístico.

Mas desengane-sequem crê que este é o início de um percurso sem obstáculos para os nossos setores de atividade. Muito pelo contrário.

Infelizmente, a guerra chegou à Europa e as consequências para o mundo e para as nossas atividades económicas já se sentem. Agrava-se,assim, o aumento galopante dos preços dos combustíveis e da energia,o aumento dos custos das matérias-primas, sobretudo alimentares, e há o risco do possível incremento das taxas de juro.

O aumento dos preços está a ser uma grande preocupação. A inflação aumentou sucessivamente desde julho de 2021, e em janeiro de 2022 registou-se a maior taxa de variação no Índice de Preços ao Consumidor(3,3% a nível global e 3,7% na classe dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas), a mais elevada desde fevereiro de 2012. E o pior, pode ainda estar para vir.

Todos estes “ingredientes explosivos” podem conduzir as empresas e a economia nacional para uma“tempestade perfeita”, colocando em causa a viabilidade das nossas empresas, cujas tesourarias estão extremamente fragilizadas, mas também do emprego. Torna-se prioritário o reforço da competitividade das nossas empresas, com especial destaque para o fortalecimento dos seus capitais próprios, das tesourarias e da confiança dos consumidores.

Acreditamos que a procura do nosso destino turístico irá crescer, mas tememos não conseguir dar a resposta que tanto desejamos, seja pela falta de mão-de-obra disponível para trabalhar nas nossas atividades económicas, seja pela viabilidade dos negócios neste contexto de “tempestade perfeita”, a não ser que haja um plano de ação pujante para manter a saúde das nossas empresas nesta fase crítica de saída da pandemia.

Por isso, a AHRESP considera fundamental que o Executivo tenha um olhar especialmente atento a esta conjuntura económica e que dê as respostas numa ação urgente. Temos um Governo em funções, peloque o adiamento da Tomada de Posse do novo Governo não pode inibir iniciativas em prol de um setor que não pode esperar.

Termino esta mensagem com um voto de esperança, concretizada na realização da 6ª edição dos “Prémios AHRESP” que, após um interregno de dois anos, regressa ao Pátio da Galé, em Lisboa, a 1 de julho. Será uma honra distinguir, uma vez mais,os melhores stakeholders e personalidades nos setores da Restauração, Alojamento e Promoção Turística em Portugal. Esperemos que nesta data os problemas da Europa estejam resolvidos e que seja a oportunidade de promover a grande indústria da Paz.

* Presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). Editorial da Revista Manuel de Negócios.

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