Portugal é uma média região europeia. Há na Europa países com regiões maiores que Portugal e as respectivas populações nem se consideram afastadas dos poderes que as administram e que, a crer nos regionalistas portugueses, deviam usufruir de acesso democrático e de proximidade aos governos regionais.
Por Brasilino Godinho *
O chefe do Governo do reino da nativa bicheira veio ao Congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses em curso de realização, neste fim-de-semana, na cidade de Aveiro, com a evidenciada missão de animar os seus correligionários agora desvinculados das funções autárquicas por terem perdido as recentes eleições.
As excelências autárquicas estão vivenciando o transe existencial do desemprego. A tão desagradável situação parece estar sensível o venerável irmão colocado no supremo patamar da (des)governança nacional.
Então, nesta hora de aperto, o Chefe do clã socialista não terá hesitado: há que avançar com o processo da Regionalização; qual prenda vou oferecer a quem dela, nas actuais desoladoras circunstâncias, se encontra muito carecido.
Claro que é coisa que só se poderá concretizar em 2024, pois que o maior obstáculo configurado na figura do presidente Marcelo, habitual contraditor da Regionalização, só nessa altura será removido em decorrência do término do seu mandato presidencial.
Portanto, segundo se presume ter sido recomendado, devem os irmãos da nossa nunca desmentida fraternidade maçónica, empenharem-se vivamente em “dar voz ao povo” – aqui, entre nós, que ninguém, indígena desafecto ao nosso ideário, nos ouça – é a nossa própria voz, dado que somos povo e que da sua parte recebemos representação e suposto acentuado mandato eleitoral. E que a voz socialista se expresse na exaltação (tão exagerada quanto for possível) da regionalização que nos é muito cara e promissora das maiores benesses para a família socialista.
Para já tenham esperança e confiança no apoio que nos será facultado pelo futuro presidente socialista, que venha a substituir o “chato” presidente marcelista do nosso desencanto regionalista…
Prevalecendo-me da minha ímpar condição de observador alheio ao sistema da vigente partidocracia, independente, isento, até me permito dar uma sugestão: nomeiem o grande e venerável, “bom irmão” Dr. Manuel Machado como Presidente da República; ele, espécime de máxima confiança.
Pelo menos e pelo que desagradável isso possa ser para a maioria do povo, é a pessoa recomendada para levar a coisa (regional) ao porto de abrigo do maior engano e da mui repugnante irresponsabilidade. Trata-se de um maçon, de fina estirpe socialista e tem sido um obstinado apologista da apetecida, bastante ansiada, regionalização; a qual, posso e devo classificar como atrevida treta, incrível falácia, deriva pacóvia, absurda ocorrência sociopolítica e muito dispendiosa sobrecarga despesista no Orçamento.
A este ponto chegado na exposição devo informar que não estive presente no congresso aqui focado. Por isso as considerações presentes que aludem à intervenção do chefe do governo foram intuídas a partir de tudo aquilo que se depreende da leitura feita nas transcrições e relatos inseridos no jornais e nos sítios da Internet. E do que é conhecido como hábito deprimente e manipulador dos governantes que integram o por mim designado “Regimento de Infantaria Governamental”; o qual, tem só (…) o efectivo operacional de 70 arregimentados – conceituados elementos expeditos na arte de escamotear a triste realidade do pântano de que falava o habilidoso político António Oliveira Guterres; por sinal, agora entretido na sede da ONU, a ler enfadonhos relatórios…
Mais uma importante observação: Portugal é uma média região europeia. Há na Europa países com regiões maiores que Portugal e as respectivas populações nem se consideram afastadas dos poderes que as administram e que, a crer nos regionalistas portugueses, deviam usufruir de acesso democrático e de proximidade aos governos regionais. Governos-tipo dos que são advogados para o nosso país por quem tão mal e inapropriadamente cuida do dia-a-dia da administração do nosso país.
Por outro lado, imaginem-se as enormíssimas desgraças que adviriam para o Brasil, Estados-Unidos, Rússia, China e outros grandes países, se alguma nativa classe política instaurasse neles a Regionalização, à semelhança daquela que é pretendida pelos fanáticos e atrevidos políticos portugueses.
Meus votos: que o povo português esteja bem consciente do mau rumo que, com a patética regionalização da região média europeia que há nome de Portugal, se intenta prosseguir nos domínios da “Quinta Lusitana”, usurpada pelos “Donos Disto Tudo”.
Fique a maioria dos portugueses sabedora que a pretendida regionalização tem a principal finalidade de instaurar um vasto mercado de tachos – ao alcance e com proveito dos políticos de refugo integrantes do circo político – o qual (mercado) haveria disperso pelo país se, por malfadada sorte, a regionalização fosse concretizada.
Duas últimas referências:
– Primeira, Portugal tem já singular e algo pouco operacional regionalização. Ela traduzida nas estabelecidas cinco Comissões de Coordenação Regional. Não satisfazem os desocupados regionalistas por proporcionarem poucos empregos. O que é uma grande chatice! Passe o termo chatice.
– Segunda, há instantes ouvi discurso, em Aveiro, do grande chefe do grande governo (setenta membros) repetir incessantemente que “havemos de fazer” – havemos, havemos, havemos, havemos, havemos… que imensidão de havemos; eventualmente, de mau agouro. Que me suscita o seguinte reparo: pessoas de “havemos de fazer” coisas úteis para a nação, nunca farão. Mas de fazer algo prejudicial farão, com certeza. Por exemplo: Passos Coelho disse que faria empobrecer os portugueses e conseguiu; recorrendo à austeridade. E ainda hoje é festejado por isso. Pelas gentes acéfalas, lorpas e fanáticas. Aparentadas e fazendo coro interesseiro com certas nativas personagens de militância socialista e de outras nomenclaturas partidárias.
* Doutorado em Estudos Culturais, autor. https://www.facebook.com/brasilino.godinho
Publicidade, serviços e donativos
» Está a ler um artigo sem acesso pago. Faça um donativo para ajudar a manter o NotíciasdeAveiro.pt de acesso online gratuito;
» Pode ativar rapidamente campanhas promocionais, assim como requisitar outros serviços.