As Cidades têm que ser o compromisso entre a história e o futuro, conciliando arte e ciência como fatores complementares de uma nova competitividade aberta e participada.
Por Francisco Jaime Quesado *
As Cidades são cada vez mais o espaço público onde a intervenção individual se cruza com a manifestação coletiva de forma pensada e estruturada, mas também informal e criativa. Desde as Cidades Digitais às Cidades Inteligentes, a afirmação de uma agenda aberta, centrada na colaboração entre pessoas e na construção competitiva de novas soluções geradoras de valor global. As Cidades são e devem ser cada vez mais comunidades onde o sentido da partilha deve ser a base de uma ideia nova de modernidade estratégica e bem-estar comum. Também no turismo as cidades deverão ter cada vez mais uma agenda de futuro centrada na inovação e valor.
A aposta que cada vez mais se faz nas Cidades, como espaços inteligentes com soluções de habitat nova geração, utilização partilhada das tecnologias de informação e dinamização de novos contextos de mobilidade estratégica, é um passo central no reforço da convergência assumida dos novos índices de qualidade de vida e desenvolvimento sustentado. As nossas Cidades assumem-se como uma plataforma dinâmica de encontro de civilizações, línguas, ideias e gerações, projetando o futuro com entusiasmo e cimentando o papel dos atores do conhecimento e da criatividade na mobilização de soluções inteligentes para os problemas complexos dum tempo exigente e difícil. Mas importa perceber o contexto desta aposta.
As Cidades têm que ser o compromisso entre a história e o futuro, conciliando arte e ciência como fatores complementares de uma nova competitividade aberta e participada. Precisamos que o espaço público defendido por Daniel Innerarity seja a marca reconhecida de uma nova participação coletiva sustentada na força da palavra e na liberdade das ideias. E precisamos que as start-ups que inundam as zonas centrais das nossas Cidades sejam o selo de uma nova modernidade inteligente, assumida à escala global e capaz de fazer dos talentos a sua matriz de referência para o futuro. As Cidades passam assim a ser zonas de tolerância positiva, onde a classe criativa de Richard Florida sabe o caminho que tem de seguir para ver o seu papel coletivo reconhecido.
As cidades são o motor de um capital social mais competitivo, mas também mais coeso. Com as Cidades pretendemos dar à sociedade um novo desafio de encontro entre pessoas e entre comunidades. As Cidades do nosso (des)contentamento devem ser a resposta certa aos desafios que todos enquanto cidadãos tempos num tempo moderno único.
* Economista e Gestor. Artigo publicado originalmente em Publituris.pt.
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