Os apoios financeiros deixaram de ser assunto, mas, o IPST continua a colher sangue nas instalações das associações, como no caso da ADASCA que nem sequer dinheiro tem para pagar o telefone e combustível para as suas duas viaturas.
Por Joaquim Carlos *
Na qualidade de presidente da direcção da ADASCA – Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, a caminho de completar 16 anos de existência, manifesto a minha mais profunda tristeza, e descrença no futuro que se vislumbra no mundo da dádiva de sangue.
Com o decorrer dos anos, as datas mais marcantes (Dia Nacional do Dador de Sangue e Dia Mundial do Dador de Sangue) que deviam servir, para unir as associações num salutar convívio com os dadores deixaram de ter a importância que já tiveram. Tudo acabou, e vai acabar com o pouco que resta, tendo em conta que os sinais são evidentes, o que me deixa profundamente preocupado, triste e desencantado. Sentimo-nos minimizados
É o que País que temos e nele vivemos. O que está a acontecer no Serviço Nacional da Saúde (SNS) neste momento, com o encerramento de determinados serviços imprescindíveis à população, podemos comparar com o que se vive no mundo da dádiva de sangue. Não entendo como a comunicação social não lhe dá a devida cobertura? Quando a isso se disponibiliza, ouve sempre os mesmos (as federações), raramente ouve os dirigentes associativos, embora, diga-se em abono da verdade, há deles que estão feitos com os siste
Os apoios financeiros deixaram de ser assunto, mas, o IPST continua a colher sangue nas instalações das associações, como no caso da ADASCA que nem sequer dinheiro tem para pagar o telefone e combustível para as suas duas viaturas.
A especialização em justificações para tudo o que corre mal, passou a ser matéria corrente. Assistimos a uma quebra de dadores nas nossas sessões nunca antes registada desde Março do ano em curso.
Por fim, expressamos a nossa solidariedade para com todos os dadores, que em tempo oportuno manifestaram a seu desagrado, pela forma vinham sendo atendidos/tratados em muitas brigadas por alguns faccionários do SCT de Coimbra, nos Centros de Saúde como ainda em alguns hospitais.
A esses tais, queremos dizer-lhes: regressem porque havendo falta de sangue, os primeiros a serem atingidos sãos os doentes, ainda que estes sejam nossos desconhecidos, não se pode colocar vidas humanas em risco. É fácil imputar aos dadores a indiferença aos apelos.
A partir do dia 20 do corrente mês (Junho) as viaturas da ADASCA vão ficar estacionadas no Parque de Estacionamento, e consequentemente, limitamo-nos a abrir o Posto Fixo dentro dos horários afixados para cumprir o calendário das sessões para as colheitas de sangue.
* Presidente da ADASCA.
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