A necessidade de adequar o ranking de escolas em Portugal

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Ensino (arquivo).

A avaliação da qualidade da educação é um tema em debate em Portugal. Um dos instrumentos mais utilizados para essa avaliação é o ranking de escolas, que classifica as instituições de acordo com os resultados dos seus alunos nos exames nacionais.

Por Diogo Fernandes Sousa *

No entanto, surge a questão da justiça na comparação entre alunos de cursos regulares e alunos de cursos profissionais no mesmo ranking. Neste artigo, iremos explorar a necessidade de ajustar o ranking de escolas em Portugal, propondo a criação de exames nacionais específicos para os alunos do ensino profissional.

O ranking de escolas é uma ferramenta valiosa para os encarregados de educação e para as próprias escolas, podendo ser um elemento decisivo na ponderação entre colocar um aluno numa escola pública ou privada.

Fornece uma visão geral do desempenho académico das instituições e ajuda a identificar aquelas que se destacam em termos de resultados dos alunos. Isso, por sua vez, pode influenciar a escolha das famílias ao decidirem onde inscrever os seus filhos.

Além disso, o ranking pode servir como uma alavanca para a melhoria constante das escolas promovendo a partilha de práticas por parte das escolas com melhor posicionamento e incentivando a competição saudável entre escolas do mesmo distrito e município.

No entanto, surge um dilema quando comparamos alunos de cursos profissionais com alunos de cursos regulares no mesmo ranking de escolas, uma vez que os cursos profissionais têm objetivos e abordagens pedagógicas diferentes, que muitas vezes se afastam dos programas dos cursos regulares sendo, por isso, injusto e pouco esclarecedor comparar diretamente os resultados destes grupos de alunos.

Uma solução justa e eficaz para abordar esta questão é a criação de exames nacionais específicos para os alunos do ensino profissional. Estes exames seriam adaptados aos conteúdos lecionados nesses cursos, refletindo as competências e conhecimentos relevantes do curso.

Desta forma, poderíamos avaliar os alunos do ensino profissional de acordo com os critérios apropriados às suas áreas de estudo, orientando, ainda, o estudante para cursos do ensino superior compatíveis com a área de formação do curso profissional realizado.

A implementação de exames nacionais específicos para o ensino profissional garantiria uma avaliação mais precisa e justa do desempenho dos alunos nesses cursos. Além disso, promoveria a valorização dos cursos profissionais, reconhecendo a sua singularidade e importância na educação em Portugal.

Por outro lado, a criação destes exames não implica, de forma alguma, a desvalorização dos exames nacionais tradicionais. Estes continuariam a ser fundamentais para a avaliação dos alunos dos cursos regulares.

O objetivo central seria adaptar o sistema de avaliação às necessidades específicas do ensino profissional.
Concluindo, o ranking de escolas desempenha um papel fundamental na avaliação do desempenho académico das instituições de ensino. No entanto, é essencial garantir que a comparação entre alunos de diferentes tipos de cursos seja justa e precisa.

A criação de exames nacionais específicos para os alunos do ensino profissional é uma proposta que visa resolver este desafio, garantindo uma avaliação mais equitativa e adequada.
Deste modo, podemos assegurar que o ranking de escolas continua a ser uma ferramenta importante e equilibrada num momento de tomada de decisão sobre o futuro escolar de um aluno.

* Professor do Instituto Politécnico Jean Piaget.

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