Se as empresas procuram assegurar a sua crescente presença no mercado, com a introdução de inovações nos seus produtos, do lado das infraestruturas é necessário que sejam criadas condições.
Por Jorge Oliveira Teixeira *
Nestes últimos tempos temos assistido às mais diversas afirmações relacionadas com as cadeias de abastecimento, que realçam a escassez de produtos, somos confrontados com imagens de portos marítimos a transbordar de contentores, os custos dos fretes nas mais diversas formas a aumentarem e estas imagens e análises contribuem
para criar um clima de desconforto, tanto para fabricantes, revendedores e nos consumidores finais, que teme a falta de produtos.
No entanto, devemos refletir e pensar no problema de uma forma mais global e vefificámos que as cadeias logísticas estão a adaptar-se à nova realidade, tal como
já o fizeram em 2013, quando o mercado ainda não tinha assimilado a nova realidade do comércio eletrónico, podendo dar o exemplo da Amazon (que mais tarde foi replicado por outras empresas de logística), acrescentando capacidade de expedição sob o seu controlo.
As questões atuais podem também estar relacionadas com níveis de stock extremamente baixos, sem stock de segurança, uma vez que a logística assegurava a
sua reposição para níveis de acordo com a procura, só que o momento presente, talvez tenha esquecido, a crescente redução da vida útil dos produtos, o aumento
repentino da procura no pós pandemia e a dependência de componentes críticos, que por si só são responsáveis pela paragem de cadeias de montagem.
Se as empresas procuram assegurar a sua crescente presença no mercado, com a introdução de inovações nos seus produtos, do lado das infraestruturas é necessário que sejam criadas condições, para que as cargas possam fluir nos Portos e estradas sem estrangulamentos e que estejam adequadas à crescente procura, só que estas alterações ainda vão levar alguns anos a surtirem o efeito esperado, na melhoria da cadeia logística.
A pandemia alterou hábitos e formas de consumir, as pessoas em casa, tiveram mais tempo para aumentarem formas de consumo e consumirem mais eletrónica
para melhorarem o seu ambiente e a sua nova experiência.
Podemos considerar que uma grande parte dos problemas verificados nas cadeias de abastecimento devem-se a uma capacidade de antecipação das alterações dos perfis de procura.
Esta lição deverá ser integrada cada vez mais nos manuais, pensando que o planeamento da procura está para além de ser um dos processos da cadeia de abastecimento, é integrante do planeamento empresarial e tem um papel estratégico primordial nas empresas.
A inovação tem de ser vista de uma forma mais abrangente e integrante de todos os intervenientes na sua implementação.
* Editorial da Revista Inovação & Empreendedorismo – Número de Nov/Dez.
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