Comemora-se no próximo dia 20 de outubro o Dia Nacional da Luta Contra a Dor, efeméride criada pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) em 1999 que, atualmente, se celebra na 3ª sexta-feira do mês de outubro, enquadrando-a com a Semana Europeia de Luta Contra a Dor.
Por Conceição Pires *
São objetivos desta data sensibilizar profissionais de saúde e população em geral para a importância do controlo da dor. Em 2003, coincidindo com a comemoração do 5º Dia Nacional de Luta Contra a Dor, a DGS (Direção Geral de Saúde) publicou uma circular normativa em que instituiu “a Dor como o 5º sinal vital”, reforçando a necessidade de sensibilizar os profissionais de saúde para a urgência do seu controlo.
A existência desta efeméride nas palavras da APED “vem colocar o foco na necessidade de sensibilização, formação e partilha de conhecimento junto dos profissionais de saúde, comunidade científica, instituições políticas, doentes e sociedade em geral para a necessidade de um desenvolvimento continuado de novas formas e sistemas de tratamento e prevenção da dor.”
A Dor, definida como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada, ou semelhante à associada, a danos reais ou potenciais nos tecidos”, particularmente a Dor Crónica, geralmente definida como “uma dor persistente ou recorrente durante pelo menos 3-6 meses, que muitas vezes persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem, ou que existe sem lesão aparente”, quando não tratada, torna-se ela própria uma doença, com impacto na qualidade de vida do indivíduo, sua família e sociedade.
O NEMPal (Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa) da SPMI não pode deixar de se associar a esta efeméride. O objeto dos Cuidados Paliativos, “alívio do sofrimento de doentes e famílias que enfrentam problemas associados a doenças avançadas e progressivas” consubstancia-se no controlo da Dor, nomeadamente, no conceito de Cecily Saunders, da “Dor Total”, sendo o seu controlo (e de outros sintomas incapacitantes) um dos pilares do trabalho em Cuidados Paliativos.
Por uma melhor avaliação e tratamento do sofrimento e da dor de doentes e famílias, com Cuidados Paliativos de excelência, universais, acessíveis e equitativos, com incentivo e parceria com as comunidades.
* Coordenadora do Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI)
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