Aconselhamento sobre práticas de gestão, acesso a tecnologias inovadoras e a informações sobre legislação e subsídios disponíveis são alguns dos benefícios proporcionados pelas Associações de Produtores Florestais que, com juntamente com os seus associados, ajudam à proteção do território contra o fogo e à valorização das florestas nas suas múltiplas dimensões.
Cátia Vinagre *
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Sabemos hoje quão importante é o sector florestal para a economia local e nacional.
Apesar desta significativa importância, a floresta debate-se com graves problemas que põem em perigo, não só o seu desenvolvimento, mas também o papel crucial que ela tem vindo a desempenhar no crescimento económico e ambiental. O mais evidente e desesperante é o fogo que a ataca e que progressivamente a consome.
Nos últimos anos, os incêndios traduziram-se em milhares de metros cúbicos de madeira perdida e na destruição de jovens e prometedores povoamentos florestais.
Se este problema tem várias causas, a principal é a estrutura da propriedade. Na verdade, a maioria dos proprietários florestais possuem áreas de pequena dimensão e muito divididas.
A esta estrutura de propriedade do tipo minifundiário, acresce o facto de a floresta ser vista como um “pé-de-meia” que permitirá se, entretanto, não arder, fazer face a despesas extraordinárias e não como uma atividade produtiva que pede investimentos e pode, se bem gerida, dar lucros substanciais e regulares.
Para tentar combater este panorama foram criadas as Associações de Produtores Florestais em Portugal que tiveram como principal objetivo a defesa e promoção dos interesses dos produtores e proprietários florestais e o desenvolvimento de ações de preservação e valorização das florestas, espaços naturais, da fauna e flora, bem como, de um modo geral, a valorização do património fundiário e cultural dos seus associados.
Um papel importante que têm as associações de produtores florestais é a representação dos interesses dos proprietários junto das autoridades locais e nacionais. Ao unirem-se, os proprietários conseguem uma voz mais forte e influente na formulação de políticas públicas que afetam o sector florestal. Isto inclui questões como a legislação ambiental, os incentivos fiscais e os programas de apoio ao desenvolvimento rural.
Uma das funções chave das associações de produtores florestais é fornecer apoio técnico aos proprietários. Isto inclui aconselhamento sobre práticas de gestão, acesso a tecnologias inovadoras e informações sobre legislação e subsídios disponíveis.
Estes apoios são cruciais para capacitar os proprietários – que muitas das vezes são pessoas com uma idade avançada e sem conhecimentos técnicos –, permitindo-lhes tomar decisões acertadas e promovendo práticas de gestão sustentáveis das florestas, essenciais para garantir a saúde e a produtividade dos ecossistemas florestais.
Estas práticas incluem o planeamento adequado do uso da terra, a conservação do solo e da água, e a preservação da biodiversidade. Ao disseminar conhecimentos e técnicas de silvicultura, as associações ajudam os produtores a aumentar a eficiência e a sustentabilidade das suas atividades.
Em suma, as associações de produtores florestais em Portugal são indispensáveis para a gestão sustentável das florestas, a prevenção dos incêndios, o apoio técnico aos produtores, a promoção da cooperação, o acesso a mercados, a influência política e o desenvolvimento rural.
Ao desempenharem estas funções, não só beneficiam os proprietários, mas também contribuem para a conservação do ambiente e a prosperidade das comunidades rurais. O fortalecimento destas associações é, portanto, crucial para um futuro mais sustentável e resiliente do sector florestal português.
* Licenciada em Engenharia Agroflorestal. Artigo publicado originalmente no site Florestas.pt.
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