A importância da banda desenhada no ensino de Ciências

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Desenhos (Ciência).
Natalim3

A literatura mundial coleciona diversos géneros literários, mas um chama a atenção seja qual for a idade do leitor. Este género é a banda desenhada, ou a história em quadrinhos, como se fala em “terras tupiniquins”.

Por Savio Figueira Corrêa *

O uso da linguagem escrita associada com a linguagem gráfica permite ao leitor entrar “dentro” da história. Um recurso caracteristico para comunicar as falas dos personagens é o uso dos balões. Seus diferentes formatos permitem que os balões transmitam as diversas interações no texto.

Mas qual a importância de uso da banda desenhada na educação? O primeiro ponto é que a banda desenhada é muita das vezes a porta de entrada das crianças no mundo da literatura. A história contada de forma sequencial, quadro a quadro, faz com muitos jovens criem gosto pela leitura e acabam buscando outros géneros literários.

Outro ponto importante é que a banda desenhada pode ser utilizada para introduzir um determinado assunto em sala de aula. Não só nas aulas de português, mas nas aulas de história e geografia, biologia e geologia, matemática e de física e química. Muitas vezes a banda desenhada é utilizada para clarificar conteúdos complexos através das falas das personagens e das ilustrações, auxiliando a percepção do aluno.

A banda desenhada não substitui um livro técnico, mas serve de apoio na compreensão de conceitos mais complexos e atua como ponte para uma leitura mais técnica. A banda desenhada pode ser utilizada em diferentes métodos de ensino facilitando a didática da sala de aula, fazendo que o ensino seja mais atraente.

Contudo, o caro leitor pode ficar intrigado em imaginar o por quê um professor de Física trabalhar com banda desenhada em sala de aula. A resposta é simples e tem duas justificativas.

A primeira justificativa é de nível profissional. Pude observar ao longo dos 20 anos de sala de aula que a grande dificuldade que os alunos tinham na Física não era na compreensão dos conceitos de físicos, mas sim porque não conseguiam interpretar tais conceitos, pois não tinham o hábito da leitura.

A segunda justificativa é de cunho pessoal. Foi na adolecência que criei o gosto pela leirura lendo as histórias do Asterix, que foi minha porta de entrada para os poemas e romances da literatura brasileira e mundial.

Sendo assim, não importa o tipo de leitura, seja um romance, um poema, uma banda desenhada ou um simples artigo de jornal, o importante é ler frequentemente. Sem o hábito da leitura acabamos a acreditar em falácias que ouvimos, e podemos ter como verdadeiras, informações comprovadamente falsas, como por exemplo alegar-se que a Terra é plana. E isso pode ser perigoso.

* Investigador do Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro. Artigo publicado originalmente no site UA.pt.

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