“A escola tem de ser um local de paz”

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Manifestação de professores.
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Lamentamos a insensibilidade de quem tutela a educação e prevemos que as lutas de docentes se arrastem no tempo provavelmente ao longo de toda a legislatura.

Por Isabel Arribança *

O sindicalismo é um motor da solidariedade e da justiça que jamais poderá ser apagado, revendo-me na organização do SPZC.

Acredito neste projeto sindical, ao qual me juntei em 1989 como sócia, pela sua democraticidade. Sempre defendi os direitos laborais e a via do diálogo, mesmo na qualidade de diretora de um agrupamento de escolas.

Acredito, por isso, que o caminho é a defesa dos docentes numa dinâmica de propositura e negociação responsáveis e sem radicalismos gratuitos e inconsequentes.

Os nossos sócios reconhecem que há todo um saber, construído ao longo de quase 5 décadas, uma porta de delegação distrital sempre aberta, muito disponível, com um apoio individualizado de rigor e confiança e, sobretudo, isento. E claro, um conjunto de regalias sociais que só um sindicato relevante como o nosso pode oferecer”.

Em relação à situação atual, materializada numa justificada contestação crescente da classe docente, o caminho do SPZC sempre foi avançar para “greves e contestação, mas só quando se perceba que as propostas do ministério são vazias de conteúdo, o que veio a acontecer no passado dia 18, com a divulgação do documento do ministério da educação.

Lamentamos a insensibilidade de quem tutela a educação e prevemos que as lutas de docentes se arrastem no tempo provavelmente ao longo de toda a legislatura, devido aos muitos problemas que afetam a classe docente, que sente o declínio da escola pública e das condições de trabalho desde 2005.

Sobre a falta de jovens candidatos a professores, nas escolas, os alunos sentem que os seus professores estão em sofrimento e por isso concluem que a profissão não é de todo apelativa.

Curiosamente, ao SPZC, têm chegado pedidos de apoio por parte de eventuais candidatos à profissão, sim, mas de pessoas oriundas de países como a Brasil e a Venezuela, que ouvem as notícias da falta de professores em Portugal.

Mesmo com recursos imigrantes, não ficarão colmatadas as necessidades do sistema, até porque muitos desistirão face à precariedade dos contratos, elevada mobilidade e baixos salários, daí ser necessário valorizar a profissão, escutando as reivindicações dos professores que já cá estão: a escola tem de ser um local de paz para que os jovens cresçam em harmonia e sabedoria, por isso é urgente uma solução.

* Licenciada em História com  mestrado em Administração Educacional. Ex- Diretora do Agrupamento de Escolas de Eixo. Nova coordenadora da delegação distrital de Aveiro do Sindicato de Professores da Zona Centro/ FNE, tomando posse a 4 de fevereiro.

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