Ainda que haja alguns pontos de interesse botânico nos terrenos universitários localizados do lado esquerdo da rua, é na ria que se centra a nossa atenção, devido à diversidade de aves, como também pela variedade de plantas e pela paisagem que se avista.
Por Cardoso Ferreira | [email protected]
Sugerimos um pequeno percurso pedestre para descobrir a Natureza em pleno Campus de Santiago, da Universidade de Aveiro, e área ribeirinha da Ria de Aveiro centrada na Marinha de Santiago da Fonte.
Para este itinerário a partida que propomos é junto ao cruzamento localizado no final do renovado troço da Rua da Pega, onde há espaço para estacionar o automóvel, se essa for a opção para aí chegar.
Saindo da Rua da Pega, vira-se à esquerda, em direção à Alameda da Universidade, passando pelo relvado existente entre os edifícios do Departamento de Matemática e dos Serviços Sociais. Aí chegados, viramos novamente à esquerda, e seguimos até ao edifício da Biblioteca, que se contorna, descendo a longa rampa que nos leva a um relvado com algumas, poucas, árvores, mas com diversas plantas silvestres, e onde podemos avistar algumas aves. Ao fundo, e para lá do arvoredo, avista-se a ria.
No final do passeio que dá seguimento à rampa, vira-se à direita e, pouco depois, à esquerda, para seguir por um caminho em terra que conduz a uma zona intensamente arborizada e onde, do lado direito, se erguem as ruínas da casa de uma das antigas quintas agrícolas que existiam no local antes da construção de Universidade.
Neste local há uma grande diversidade de plantas, arbustos e árvores, o que dá a sensação de se estar fora de uma área urbana, sensação que aumenta ainda mais com a presença do lago e das aves aquáticas que por lá pousam. Esta parte do percurso poderia ser enriquecido com a colocação de cartazes informativos sobre as espécies (da fauna e da flora) que aqui se podem observar.
Este troço do percurso, que pode ficar enlameado em dias de chuva intensa, fica próximo do Departamento de Biologia, no qual se encontra um rico e diversificado Herbário.
Passeio marginal à ria
O percurso termina junto à Rua da Pega, que se cruza, para prosseguir pelo passeio marginal à ria e às antigas marinhas, em direção à Marinha de Santiago da Fonte, situada no final do renovado troço desta rua.
Ainda que haja alguns pontos de interesse botânico nos terrenos universitários localizados do lado esquerdo da rua, é na ria que se centra a nossa atenção, devido à diversidade de aves que costumam frequentar essa zona, como também pela variedade de plantas e pela paisagem que se avista, com arruinadas motas (valados) de velhas marinhas, antigos canais de navegação de acesso às marinhas e o que resta das marinhas e dos respetivos caminhos pedonais de acesso às mesmas.
Já próximo do final do renovado troço da Rua da Pega, logo após um pequeno esteiro que quase chega à rua, vira-se para a direita, uma vez que o itinerário segue agora pela zona marinha, contornando, por fora, toda a área da Marinha de Santiago da Fonte, que é propriedade da Universidade de Aveiro, e que apesar de continuar ativa na produção de sal, é também um excelente local de observação de aves.
Ao longo de algumas centenas de metros, entre marinhas (ou o que resta delas) e canais, a riqueza faunística, botânica e paisagística é imensa, existindo alguns cartazes informativos sobre espécies que aí se podem observar.
Sensivelmente a meio deste percurso pelo exterior da Marinha de Santiago da Fonte, encontramos um abrigo de observação de aves, construído em madeira. Já próximo do final do percurso, avistamos o Esteiro de S. Pedro, que vindo da zona de Aradas, divide o campus universitário (Santiago e, do lado oposto, Crasto). A parte final do percurso é ladeado pelo esteiro da marinha, pelo qual os barcos iam carregar o sal à marinha, sal esse que era (e continua a ser) colocado nas eiras existentes junto ao “palheiro”. Aqui, foi construído um passadiço que avança algumas dezenas de metros para dentro da marinha, e que termina num observatório de aves.
Como esta marinha continua ativa, durante o período de verão é normal encontrar os marnotos na sua atividade tradicional.
De regresso à estrada, praticamente em frente aos lavadouros de Santiago, podemos regressar ao ponto de partida, num pequeno trajeto em subida, que permite uma observação diferente da Marinha de Santiago da Fonte.
Percurso complementar
No entanto, sugerimos um desvio, com cerca de um quilómetro para cada lado, para atravessar a ponte pedonal que liga os dois campus universitários (Santiago e Crasto), que passa sobre o amplo “vale” do Esteiro de S. Pedro.
No ponto de partida, contornamos os edifícios da Universidade, até alcançarmos a referida ponte metálica, de onde se observa uma paisagem sempre em mutação, já que todo o espaço é inundável pelas marés. Assim sugerimos que ao atravessar a ponte em direção ao Crasto, se observe a paisagem do lado direito, que se estende em direção às marinhas, para onde correm as águas do esteiro. No regresso, observa-se a paisagem do lado oposto, que se estende até às primeiras elevações de Verdemilho, espaço onde se erguia a primitiva Igreja de S. Pedro e, possivelmente, um crasto.
Ao se cruzar a ponte pode-se observar uma imensa diversidade botânica e faunística. Entre as encostas arborizadas que ladeiam o vale há uma zona de sapal, juncal e lodos que diariamente é inundada pelas águas da ria, proporcionando sempre novos focos de interesse.
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