
O presidente da Câmara de Aveiro ‘chutou para canto’ as críticas vindas das bancadas do PCP, BE e PS na análise ao relatório de atividades e contas de 2024 feita na Assembleia Municipal, o último apresentado pela atual maioria que irá completar 12 anos de gestão. Ribau Esteves acredita que se fosse candidato dava “uma abada” ainda maior do que em 2021, eleições onde a maioria teve o seu melhor resultado.
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António Nabais, do PCP, concluiu da sua análise das contas que o “desvio de execução” patente “significa incapacidade de execução ou falta de rigor na previsão orçamental ou ambas”, tendo detetado “quebra de investimentos” nas “funções sociais, escolas e habitação”, neste último caso contrariando o aumento para 30 milhões nos impostos relacionados (IMI e IMT). Pôs em causa, ainda, o aumento “exponencial” dos serviços externos, nomeadamente para eventos, “alguns de retorno, talvez, duvidoso” (de 22,2 para 26 milhões de euros).
Para João Moniz, do BE, apesar do discurso de sucesso feito pela própria maioria, “a realidade é mais ambígua”, com “um passivo mais visível nas funções sociais”. As verbas previstas na habitação, exemplificou, atingiram 50% de execução quando a Câmara “devia promover soluções”, com indicadores a contrariar “a tese” que é por falta de casas que os preços não ficam mais acessíveis.
PS invoca “questões políticas”
Mário Costa, do PS, justificou o vota contra “por questões políticas”, pondo em causa as justificações apontadas para a taxa de execução “muito baixa” do orçamento previsto. O socialista lembrou a posição contrária sempre assumida “nos gastos que se fez no Rossio”, bem como na ‘bola’ das pontes ou com a ‘muralha’ no largo da Sé. Nestes casos, “não pondo em causa as obras de arte, mas gastos em obras de fachada, quando há necessidades mais prementes como a habitação social” ou até de pequenas obras, como a degradação de passeios. Uma posição contrária assumida “por causa das opções feitas por Sua Excelência, que gosta da sumptuosidade, é o que dá votos. Tudo na cidade, na periferia é o que nós vemos”, concluiu dirigindo-se ao líder do município.
À direita, Jorge Greno, do CDS, sublinhou a redução da dívida, em 3,6 milhões de euros. E se o saldo de gerência aumentou em 31 %, deve-se a impossibilidade de executar fundos ainda atrasados e concursos sem empreiteiros. Destacou a Capital Portuguesa da Cultura, com impacto “relevante” no turismo e visitas aos museus, o ferry, a obra do Rossio e outras intervenções. “Ninguém poderá ficar indiferente” às obras (escolas, edifícios de saúde, habitação social, equipamentos desportivos, transportes públicos ou rede viária), que ficarão como “marcas para o futuro”, entregando a Câmara ao próximo executivo “em absoluta normalidade e não a ter de resolver problemas herdados” como sucedeu.
Notas reafirmadas por Manuel Prior, do PSD. “Investimento e mais investimento, para bem dos aveirenses e quem nos visita, investimento em mais valias, com contas certas. Mais investimento para mais despesa, com mais fundos e pagamento a fornecedores em uma semana”. O relatório evidência no entender do social democrata “uma maneira responsável, capaz e competente de gerir”, resultando da concretização de “promessas eleitorais”. Por isso, concluiu, “estamos confortáveis com o resultado: menos dívida, mais investimento e mais receitas”.
Ribau sobre PCP, BE e PS: “Às vezes tendo a achar que não perceberam nadinha”
“Sinceramente acabo este processo sem saber se vocês perceberam alguma coisa disto; às vezes tendo a achar que não perceberam nadinha, ou se perceberam e teimam a enganarem-se a si próprios ou quem os ouve”, afirmou Ribau Esteves, sem deixar passar em claro o ‘quadro pintado’, denunciando o propósito . “É feio enganar as pessoas”.
O edil referiu-se à análise de António Nabais, do PCP, a mais ao pormenor nos números das contas, como “um erro de comunicação” do vogal. “Ainda bem que o pratica, porque no próximo mandato, é minha previsão, comunistas aqui não vamos ter nenhum”, disse.
À semelhança das explicações já dadas em reunião de Câmara, o edil contextualizou a baixa execução orçamental, adiantando que no próximo ano poderá acontecer o mesmo devido, por exemplo, à cabimentação de verbas para o ‘eixo rodoviário’ Aveiro – Águeda, que ainda aguarda, para breve, o lançamento do concurso público.
Ribau Esteves disse que outros casos, nomeadamente devido a dificuldades em encontrar empreiteiros, aproveitando para anunciar que a obra de reabilitação do museu Santa Joana, orçada em 4,5 milhões de euros, não teve concorrentes. Depois também há verbas por receber de fundos europeus ou outras comparticipações, como um dos dois milhões de euros atribuídos para ajudar nas despesas de 8 milhões de euros com a Capital Portuguesa de Cultura.
Discurso direto
“Só tenho uma pena, com as aspas todas, de não ir fazer o exercício para tirar razão ao Mário Costa; acho muito bem não poder ser candidato em 2025, mas tenho pena política, em sentido figurado, porque desta vez comigo ainda levavam uma ‘abada’ maior, em vez de 6-3 eram capazes de levar 7-2 ou 8-1″ – Ribau Esteves (ver abaixo).
Vídeo da Assembleia Municipal
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