715 milhões para cumprir metas da descarbonização não descansam indústria

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Costa Verde (Vagos).
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O anúncio de 715 milhões de euros para dar um novo impulso à descarbonização, feito hoje em Ílhavo, distrito de Aveiro, não descansa a indústria portuguesa.

Como se tratam de incentivos contemplados no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a chamada ‘bauza’, terão de ser executados até 2026, envolvendo, para além das empresas, o sistema científico e tecnológico nacional.

Há projetos para criar “fábricas verdes” até 2030, um “grande objetivo” revelado pela Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas (ANEME), mas a conjuntura não é favorável, pelo contrário.

A escalada dos preços das energia ou o encarecimento das licenças de carbono, assim como o dumping ambiental de países terceiros, estão a dificultar as pretensões de redução das emissões de carbono.

Alguns dos alertas deixados por representantes dos principais sectores industriais que marcaram presença na apresentação de medidas de apoio para fomentar a ‘economia verde’ através de novas tecnologias e processos industriais mais ‘limpos’.

Consultar comunicado do Ministério da Economia sobre as medidas de apoio.

Um dos exemplos é a que sucede na cerâmica, sector com quase 1200 empresas (18 mil colaboradores) no país, gerando 1,2 milhões de euros de volume de negócios (segundo exportador mundial de louça), que tem na região de Aveiro um dos seus principais núcleos industriais.

José Sequeira, vice-presidente da Associação Portuguesa de Cerâmica (APICER), referiu que as empresas nas últimas três décadas têm levado a sério o “compromisso” para combater as alterações climáticas, por exemplo, com reduções no consumo energético (20 a 25%), de água (de 20% a 50%) e resíduos (mais de 50%), alcançando uma diminuição na emissão de dióxido de carbono “de 50% a 75%, em função das alterações de combustíveis”.

No entanto, há ‘nuvens negras’ no horizonte’. O dirigente associativo do segundo exportador de louça a nível mundial (faiança e grés) disse que “a transição não está a ser justa”, dando conta da “subida vertiginosa dos preços de energia” (gás natural e natural) e a especulação em torno das licenças de C02, “não tem dados tréguas” para atingir os objetivos de atingir a neutralidade carbónica em 2050 imposto pela União Europeia.

Discurso direto

“Vamos dar incentivos em função da natureza dos projetos, que no caso serão para reduzir o esforço dos investimentos das indústrias para se adaptarem às nossas exigências ambientais. De facto, estamos a ter neste momento um crescimento muito elevado dos custos da energia, sobretudo do gás, mas não podemos perder de vista o médio e longo prazo, em que é preciso usar energias renováveis, adaptar processos de produção para gastarem menos energia e emitirem menos CO2 enquanto estão a produzir os bens que carecemos. As associações dos sectores estão confiantes que os associados vão ser capazes de percorrer este caminho” – Pedro Siza Vieira, Ministro da Economia.

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