O Tribunal de Aveiro condenou, esta tarde, um homem de 35 anos por crime de incêndio (seis anos) e outro de burla relativa a seguros, este na forma tentada (um anos e nove meses), o que resultou numa pena em cúmulo jurídico de anos de seis anos e meio de cadeia. Terá ainda de pagar uma indemnização a vários lesados no total de 18 mil euros
O coletivo de juízes deu “como provados, sem alterações assinaláveis”, os factos relativos ao envolvimento do arguido, que esteve ausente da leitura do acórdão, no sinistro ocorrido numa pastelaria em Esgueira, da qual era sócio-gerente, para tentar receber a indemnização de uma seguradora. “Foi o autor dos factos da forma descrita na acusação. Tinha motivos”, sublinhou a juíza presidente.
O caso remonta à madrugada de 9 de dezembro de 2016, tendo o incêndio seguido de explosão provocado a destruição do estabelecimento localizado no rés-do-chão , bem como danos em viaturas próximas e no prédio de três pisos.
De acordo com a investigação, após desligar o sistema de alarme e cortar os cabos do sistema de vídeo vigilância, o arguido dirigiu-se à cozinha, onde abriu um dos bicos de gás do fogão e espalhou gasolina pelo chão, antes de atear fogo, tendo abandonado o local a correr, com a parte inferior do casaco em chamas.
Depois, entrou no carro e conduziu cerca de dois quilómetros até parar na Estrada Nacional 109, devido às dores que sentia fruto dos ferimentos de queimaduras.
O arguido, que não tinha antecedentes criminais, viria a ser encontrado deitado na berma da estrada por um popular que chamou as autoridades policiais e de emergência médica.
Durante o interrogatório judicial, o homem negou ter ateado o incêndio, afirmando que ao sair de casa foi abordado por quatro indivíduos de identidade desconhecida que o levaram para a pastelaria, após o que se seguiu uma explosão.
Em seguida, alegou, foi levado na sua viatura, pelos alegados sequestradores, até ao local onde veio a ser encontrado.
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