Se o plano para a 5G se desenvolver como planeiam, não iremos poder evitar a exposição constante (24 horas por dia, 365 dias por ano), a níveis de radiação que são dezenas a centenas de milhares de vezes superiores aos que existem hoje.
Por Manuel Trindade *
Trabalhei em várias das maiores empresas mundiais de Informática e TI, para empresas como a Fujitsu ou a Sun Microsystems. Como quase todos hoje em dia, tornei-me dependente da tecnologia e gozo dos benefícios da comunicação global, falando com pessoas nos vários continentes e países onde vivi. Amo partilhar fotografias e notícias com a família e amigos do outro lado do mundo através do WhatsApp, viajar suavemente com o Googlemaps, etc e a tecnologia faz parte intrínseca da minha vida.
Vendem-nos todos os dias que o nosso futuro próximo vai ter objetos inteligentes (smart) nas nossas casas smart, nos nosso carros smart e escritórios smart. Quase tudo, de frigoríficos a máquinas de café, fechaduras e até fraldas de bebé, irão ser comunicantes. Prometem que todos vamos ter acesso instantâneo a comunicação sem fios super rápida de qualquer lugar no planeta, até nas áreas mais remotas e desérticas.
Tendemos a focar-nos no lado positivo do mundo da tecnologia: as pessoas vão ter acesso a informações, serviços e educação em zonas remotas, só que esta maravilhosa tecnologia também tem um lado negativo que pode ameaçar a humanidade e a vida na Terra. Existe já uma enorme quantidade de provas médicas e científicas de que a radiação de frequência de rádio faz mal à saúde, com provas clínicas dos seus efeitos na saúde das pessoas, mas estamos a ignorar ou a negar os fatos, sobretudo porque não queremos acreditar.
O plano que a indústria das Telecomunicações e muitos governos no mundo têm para 2020 é o de adicionar milhões de estações de base de 5G na Terra, bem como 20.000 satélites no espaço, conetando os aproximadamente 200 bilhões de objetos smart que irão fazer parte da IoT (Internet of Things – Internet das Coisas).
Se o plano para a 5G se desenvolver como planeiam, não iremos poder evitar a exposição constante (24 horas por dia, 365 dias por ano), a níveis de radiação que são dezenas a centenas de milhares de vezes superiores às que existem hoje em dia. Estamos a embarcar na tecnologia 5G sem ter sequer previamente estudado os seus efeitos no ADN humano, animal ou das plantas, e sem sabermos do dano potencial para todos os ecossistemas do planeta.
Na profissão médica, o electric smog (nevoeiro elétrico) é um enorme fator, cada vez mais importante e presente, mas ainda muito pouco estudado. Já se sabe que alguns dos sintomas da hipersensibilidade eletromagnética são:
Problemas de pele;
Sensibilidade à luz e problemas nos olhos;
Cansaço e Fraqueza;
Problemas cardíacos e hipertensão arterial;
Dores de cabeça e enxaquecas;
Dor nos ligamentos e músculos;
Tonturas; Dificuldades de concentração;
Náuseas e pobre saúde geral;
Distúrbios da memória;
Reações endócrinas;
Distúrbios respiratórios e dos pulmões;
Distúrbios de estômago e intestino;
Dormência.
Por muitos destes sintomas poderem ter imensas causas diferentes e pela classe médica estar pouco sensibilizada para esta nova problemática, a maior parte dos cada vez mais casos de hipersensibilidade eletromagnética demoram a ser diagnosticados.
A exposição a campos eletromagnéticos causa pelo menos 8 tipos de efeitos negativos nos nossos corpos:
1. A comunicação entre células é negativamente afetada;
2. O nosso sistema nervoso fica preso em “modo de lutar ou fugir” (“fight or flight mode”);
3. Desiquilíbrio na sua flora intestinal;
4. Falta de produção de melatonina/Disrupção do sono;
5. Estresse oxidativo (radicais livres), elevados níveis de cálcio;
6. Mudanças na estrutura sanguínea (estagnação e menor capacidade);
7. Produção hormonal reduzida e maior nível de cortisol ou inflamação crónica;
8. Aumento de bolores, virus e bactérias.
Aveiro está a posicionar-se para ser a cidade pioneira em Portugal na implementação da tecnologia 5G, mas apesar das dezenas de milhares de estudos científicos e médicos a mostrar os perigos desta tecnologia para toda a vida e não somente a vida humana, a indústria de Telecomunicações já admitiu não haverem estudos que demonstrem que os 5G são seguros.
A ignorância dos Aveirenses sobre este tema é assustadora, e já houve em 2017 um apelo lançado por 231 cientistas e médicos de mais de 40 países à Comissão Europeia, bem como um apelo mundial. Infelizmente, a maior parte da população ainda desconhece os reais perigos da tecnologia e vive na ilusão de que toda a tecnologia é boa e positiva. Várias cidades e países importantes estão a recusar a implementação desta tecnologia potencialmente desastrosa, devido a pressão da opinião pública, médica e científica.
* https://www.linkedin.com/in/manueltrindade