Dois homens acusados de burlas de vários milhares de euros para aquisição de telemóveis de gama alta, que eram vendidos depois através da Internet, e fazer outras despesas, foram condenados pelo Tribunal de Aveiro a penas de prisão que ficaram suspensas na sua execução.
O arguido mais velho, de 50 anos, sem antecedentes, seria quem angariava as pessoas para os créditos e, na posse de cartões, procedia às compras dos equipamentos. Respondia por cinco crimes de burla qualificada, de que foi absolvido. O tribunal não considerou que o arguido se tivesse aproveitado de pessoas especialmente vulneráveis para obter os créditos, por estas não ‘encaixarem’ naquele conceito legal, “embora fossem mais fáceis de enganar”. Acabou condenado por três burlas, mas na forma simples, a uma pena de dois anos de prisão, assim como ao pagamento de 500 euros a um ofendido. Em tribunal, confessou parcialmente os factos imputados. O coletivo de juízes entendeu que nem todas as compras listadas como tendo sido resultado da burla foram provadas.
O arguido mais novo, de 32 anos, que comprava os equipamentos para revender pela Internet a preços inferiores ao mercado, tinha na residência, na cidade da Maia, quase quatro dezenas de telemóveis, três consolas de jogos, um ‘smartwatch’, dois mil euros em dinheiro e vários documentos relacionados com as burlas. Estava acusado de dez crimes de receptação. Acabou condenado por quatro a uma pena de três anos e seis meses. O indivíduo, à data sem outra atividade, tem antecedentes por crimes relacionados com droga e condução sem carta.
O alegado ‘esquema’ usado pelos arguidos, residentes no Grande Porto, passava por angariar indigentes e outras pessoas frágeis que, aliciados com algum dinheiro, eram usados para compras a crédito.
A GNR acabaria por ser informada deste e de outros casos em Esmoriz, iniciando uma investigação que levou a desmantelar o ‘esquema’ em julho de 2018.
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