Celebrar 50 anos de história é mais do que olhar para o tempo que passou. É compreender como o passado moldou o presente e como estamos a preparar o futuro. No último ano, dedicámos três números da Linhas a esta reflexão, cada um com um olhar diferente sobre a trajetória da Universidade de Aveiro (UA).
Por Paulo Jorge Ferreira *
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No primeiro número viajámos ao passado da UA e à sua fundação, recuperando as ideias dos visionários que ousaram criar “não apenas uma nova Universidade, mas, na medida do possível, uma Universidade nova”. Olhámos para os momentos cruciais, para as ações pioneiras e para histórias que definiram a nossa identidade institucional. Celebrámos a memória institucional e refletimos acerca do futuro, através de artigos assinados por várias personalidades nos campos da Educação, do Ensino Superior, da Economia e da Cultura.
No segundo número conhecemos a história da UA através das memórias e dos testemunhos individuais de quem acompanhou o seu desenvolvimento e a transformou numa referência no ensino, na investigação, na ligação com a sociedade e, também, enquanto comunidade. Em cada história descobrimos caraterísticas singulares da essência da nossa universidade, que vão além dos
números, prémios, rankings ou distinções – porque a Universidade de Aveiro é muito mais que isso.
Neste terceiro número revisitamos vários momentos que assinalaram o 50.º aniversário da UA. Sob o lema “50 anos de ousadia e liberdade”, vivemos um programa de comemorações dinâmico, que resultou de um exercício coletivo e congregou contributos de toda a comunidade.
Entre sessões solenes, encontros, debates, exposições e concertos, foram vários os pontos altos destas comemorações. A condecoração da UA como Membro Honorário da Instrução Pública, pelo Presidente da República, na cerimónia de aniversário, e os doutoramentos honoris causa de Céline Cousteau, José Tolentino de Mendonça e Sérgio Godinho ficarão para sempre asso-
ciados a estas celebrações.
Como marca para o futuro, deixámos um novo ponto de encontro na UA – o Ponto 50 – onde está instalado o “Glossário”, uma instalação participativa que mostra um conjunto de palavras que a academia escolheu para caracterizar as suas cinco décadas de história. São 2500 azulejos serigrafados pela própria comunidade, num gesto que simboliza o contributo de cada um de nós para
o crescimento da Universidade. Ao lado deste objeto de arte urbana está a cápsula do tempo, contendo objetos selecionados e mensagens da comunidade às gerações futuras. É um legado que une o passado ao presente e ao futuro.
Afirmei, na sessão comemorativa do 50.º aniversário, que não fizemos da UA a mais moderna das universidades do passado – fizemos da Universidade de Aveiro uma das primeiras, e por isso uma das mais antigas, universidades do futuro.
Reunimos nesta edição os sonhos de crianças e jovens para essa universidade do futuro. Entre desenhos, depoimentos e vídeos, vemos nascer ideias que refletem a criatividade e o espírito inovador que sempre nos definiram, e que nos recordam a importância de construir um futuro mais inclusivo, sustentável e humanista.
Completamos, assim, um ciclo que honra o passado, celebra o presente e projeta o futuro. Que estas páginas nos inspirem a todos a continuar a ousar, a inovar, a crescer com a mudança, a mostrar novos caminhos e a acreditar na liberdade como valor essencial da nossa instituição.
Que os próximos 50 anos sejam tão notáveis quanto os que agora celebramos e que continuemos a afirmar o poder transformador da educação e do conhecimento, enquanto alicerces do futuro e de uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável.
* Reitor da Universidade de Aveiro. Editorial da Revista Linhas número 42.
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