Governo “desistiu” de entregar aos municípios a gestão integrada e autónoma que tem sido reclamada pelos concelhos ribeirinhos para a Ria de Aveiro.
A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) tem, desde há vários anos, reclamado a delegação de competências relacionadas com a laguna, chegando a propor a assinatura de um contrato intraadministrativo.
Questionado na Assembleia Municipal de Aveiro, ontem à noite, pelo antigo presidente da Junta de Freguesia de Cacia, Casimiro Calafate, o presidente da Câmara não escondeu o pessimismo.
“O Governo desistiu da delegação de competências de gestão da Ria na CIRA” constatou Ribau Esteves, falando “num erro grave” que lamentou “profundamente”.
Desassoreamento com dificuldades na adjudicação
O autarca voltou, entretanto, a deixar entender que existem problemas no projeto de desassoreamento, o maior dos investimentos a cargo da Polis Litoral Ria de Aveiro.
“Quando souberem o que vai acontecer à obra de desassoreamento, vão perceber que é um erro muito grave …”, disse, sem clarificar.
“Quem manda manda, quem pode manda e viva à Nação, a Ria é que não vai viver tão bem se fosse delegadas competências, mas a luta continua”, concluiu Ribau Esteves.
A empreitada de desassoreamento, orçada em 17,65 milhões de euros, estará em fase de preparação da adjudicação.
Em setembro, Ribau Esteves deixava alguns alertas: “Até ao auto de consignação, ainda há muitas formas de parar o processo. A maré não está de feição”, avisou, evitando aprofundar publicamente o tema.
(texto corrigido às 22:35 de 17/11/2018)
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