4 indivíduos julgados por ‘lavar dinheiro’ de organização criminosa internacional

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Tribunal de Aveiro.
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Quatro indivíduos começaram a ser julgados, esta segunda-feira, no Tribunal de Aveiro, por um crime de branqueamento de capitais em coautoria em concurso aparente com receptação.

Segundo a acusação, os arguidos, entre os quais dois familiares (pai e filho, este último a cumprir tempo de cadeia por tráfico de droga), terão colaborado na ‘lavagem de dinheiro’ com origem numa suposta organização criminosa internacional que, presumivelmente, lesou em 250 mil euros uma empresa de biotecnologia com sede na Suíça gerida por um português.

Para tal, terá sido usado o esquema conhecido como Business Email Compromise (BEC), em que o ‘modus operandi’ consiste na utilização de contas de email falsas, levando pessoas e empresas a fazerem pagamentos por terceiros que se fazem passar por fornecedores ou parceiros de negócios. O dinheiro é transferido para cúmplices que o fazem entrar de novo no sistema económico.

Dos três arguidos presentes (um esteve ausente na primeira sessão da audiência de julgamento, por se encontrar em parte incerta), apenas o homem preso, de 30 anos, prestou declarações, negando conhecimento dos factos imputados na acusação.

Confrontado com depósitos feitos na conta partilhada com o pai a rondar 10 mil euros pelo arguido presente (vendedor de automóveis, que seria o recetor do dinheiro vindo do estrangeiro), justificou que resultaria do pagamento de um empréstimo para ajudar a comprar uma carrinha.

A investigação apurou, ainda, levantamentos ao balcão (30 mil euros) e transferências para um desconhecido, no estrangeiro, 4500 euros, tendo sido apreendido aos arguidos algum do dinheiro, que se encontra ainda à ordem do processo.

O gestor da empresa lesada deu conta do esquema quando o fornecedor a quem pensava ter pago 250 mil euros para o desenvolvimento industrial de um produto para saúde animal informou que não recebera a transferência da verba faturada.

“Conseguiram acesso ao nosso email, ainda hoje não sabemos como, acompanharam as trocas de mensagens entre nós e fizeram-se passar pelo prestador de serviços, alterando a conta de destino do pagamento sem percebermos. Pensava que estava a tratar com a empresa que trabalha connosco”, explicou ao tribunal, adiantando que, para além das “questões de segurança muito graves e complexas” que demoraram meses a resolver, teve de socorrer-se de financiamento para saldar a dívida e evitar a insolvência do laboratório.

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