O Bloco de Esquerda reuniu com a direção do ACES Baixo Vouga e com a coordenação da USF Águeda Mais Saúde, com o objetivo de ficar a conhecer a realidade das unidades de Cuidados de Saúde Primários no concelho de Águeda.
A oferta no concelho de Águeda, no distrito de Aveiro, é composta por 5 unidades que integram o ACES Baixo Vouga.
Relativamente à USF Águeda Mais, as queixas centram-se, essencialmente, na falta de condições ao nível dos espaços e na falta de recursos humanos. Os profissionais queixam-se de que o espaço não está dimensionado e apontam falhas na qualidade e segurança no atendimento aos utentes. Importa saber, por isso, o ponto de situação das obras na unidade e informações sobre a unidade funcionar provisoriamente na incubadora cultural, com recurso a contentores.
É necessário perceber se vão ser garantidas todas as condições e quais as alterações feitas ao espaço para que possa receber temporariamente os serviços da unidade de saúde.
Outra questão que nos preocupa é a falta de Assistentes Operacionais, o que tem obrigado, alegadamente, os médicos a proceder à desinfeção dos gabinetes entre cada consulta. Tudo isto resulta numa demora que atrasa a prestação de cuidados de saúde.
Chamou-nos à atenção, também, o encerramento de dois polos, o da freguesia de Travassô e o da freguesia de Belazaima. Estes são dois polos importantes para a população e que ajudam a evitar a sobrecarga da unidade de Águeda. É importante, por isso, saber qual o motivo do encerramento e até quando ficarão encerrados. Perante a ameaça de um outono e inverno atípico, é necessário garantir que a resposta não falha.
Foi-nos dito, relativamente à unidade de Travassô, que as obras estariam concluídas em 2022 e que os utentes estão a ser atendidos em Recardães. Contudo, é importante ter em conta que a unidade de Recardães se encontra sobrecarregada devido à falta de profissionais que não estão a ser substituídos. Já em relação a Belazaima, os utentes estarão a ser atendidos em Águeda, porém, existem relatos de utentes que são redirecionados para Aguada de Cima.
Garantir o reforço dos Cuidados de Saúde primários é, agora mais do que nunca, uma prioridade. Os CSP foram, e são, a linha da frente na resposta à pandemia e, por isso, o reforço dos profissionais nestas unidades deve fazer parte de um caderno de encargos deste governo para responder aos desafios que se avizinham e retomar a normal atividade do SNS.
Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde as seguintes perguntas:
1. Tem a tutela conhecimento do motivo de encerramento das unidades de Travassô e Belazaima?
2. Para quando está prevista a sua reabertura?
3. Onde estão a ser atendidos os utentes da unidade da Belazaima?
4. Relativamente à USF Águeda Mais, sabe a tutela informar o ponto de situação das obras e disponibilizar detalhes sobre a sua transferência temporária para a Incubadora Cultura de Águeda?
5. Tem o Governo intenção de dotar estas unidades com os médicos necessários ao seu bom funcionamento?
6. Tem a tutela intenção de reforçar o número de Assistentes Operacionais de forma a garantir o pleno funcionamento destas unidades?
Deputados do BE Moisés Ferreira e Nelson Peralta