26 anos sem Diana: A Mulher de força e de causas por trás da Princesa

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Foto em https://sarajevotimes.com/princess-diana-kept-promise-bosnian-land-mine-victim/

Passaram 26 anos sobre aquele dia fatídico. A 31 de Agosto de 1997, o mundo acordou em choque, com a notícia de que Diana, a Princesa de Gales, e carinhosamente apelidada de “Princesa do Povo”, tinha morrido na sequência de um acidente de viação, em Paris. O mundo chorou a sua morte. Desaparecia de forma trágica, a mulher e a Princesa que conquistou o coração da população mundial e que abalou a família real britânica.

Por Nuno Alexandre *

Diana cresceu no seio de uma família inglesa aristocrática, os Spencer. Era filha de John Spencer, 8º Conde Spencer e de Frances Shand Kydd. Conhecida por ser uma menina tímida e carismática, Diana cresceu e viveu a sua infância em Althorp. Viveu uma infância um pouco infeliz devido ao divórcio dos pais e de diversos problemas familiares. A Princesa nunca se destacou a 100% num percurso académico. Esteve em vários colégios até completar 16 anos, idade com que saiu do West Health Gril´s School, um colégio onde a Princesa viria a dizer mais tarde que foi onde passou “os dias mais felizes” da sua vida. Foi educadora de infância e teve sempre uma grande paixão pela música e pela dança, tendo estudado balé e sapateado e tendo se tornado numa pianista de talento.

Em 1977, conheceu o Rei Carlos III, que na altura era Príncipe de Gales e namorava com a sua irmã mais velha, a Lady Sarah. No verão de 1980, Diana foi convidada a passar um fim de semana no campo e assistiu a um jogo de Polo, onde Carlos participou. Começou assim a existir uma aproximação entre Diana e o atual monarca do Reino Unido, que naquele dia a convidou para passar um fim de semana em Balmoral, e onde foi recebida pelos pais de Carlos, Isabel II e Filipe, Duque de Edimburgo. Um ano depois, em 1981, o na altura Príncipe de Gales pediu Diana em casamento e os dois casaram-se a 29 de julho de 1981, na Catedral de São Paulo. Foi um dos casamentos mais vistos em todo o mundo.

Fruto do casamento nascem William, hoje Príncipe de Gales e herdeiro do trono britânico, e Harry, Duque de Sussex. Muitos apelidaram o casamento de Carlos e Diana de “fairytales”, traduzido “conto de fadas”. A realidade é que o casamento foi tudo menos um conto de fadas, foi um casamento marcado pela traição de Carlos com Camila Parker Bowles, que no passado foi sua namorada e amante e que hoje é Rainha Consorte do Reino Unido. Diana sofreu bastante dentro da família real por causa da traição do atual monarca e pela forma rude e cruel com que era tratada. A Princesa viria a admitir mais tarde que sofreu de depressão e de bulimia e que se tentou suicidar várias vezes. Quem lhe dava forças para continuar eram os seus dois filhos, William e Harry, por quem sempre manifestou um grande amor. Carlos e Diana separaram-se em 1992 e oficializaram o divórcio em 1996.

A Princesa Diana foi uma revolução dentro da família real. Atingiu níveis de popularidade maiores que os de Isabel II, e enquanto os Windsor se mantinham fechados entre as paredes dos palácios, Diana era muito próxima das pessoas, a quem sempre manifestou o seu amor. A ex-Princesa de Gales combateu o preconceito, combateu a pobreza, associou-se a várias organizações humanitárias e organizou várias galas de beneficência para ajudar várias instituições que tinham e ainda hoje têm um papel fundamental na vida de muitas pessoas e no mundo. Em 1987, a Princesa apertou as mãos e deu um abraço a uma pessoa portadora de AIDS e mostrou ao mundo que não há que ter medo e que é preciso combater o estigma e o preconceito. Diana afirmou “O HIV não torna as pessoas perigosas. Você pode apertar-lhes a mão e dar-lhes um abraço. O céu sabe que elas precisam disso. Além disso, você pode compartilhar suas casas, seus locais de trabalho, seus parques infantis e brinquedos”.

Diana deu força e realçou a importância de combater o estigma e o preconceito, e de amar e apoiar as pessoas seropositivas.
Outra das causas e lutas de Diana, foi a luta contra as minas terrestres que fizeram milhares de vítimas, sobretudo crianças. Em janeiro de 1997, viajou até Angola onde trabalhou como voluntária do Comité Internacional da Cruz Vermelha e onde esteve presente com várias vítimas, a quem deu todo o seu amor e apoio. Diana acompanhou de perto e apoiou o trabalho da HALO Trust, uma organização especializada na retirada de minas e que combatia este flagelo. Diana causou um grande impacto quando caminhou sobre um campo onde estavam a ser retiradas minas. O governo conservador britânico de Major chamou-a de “inconsequente”, mas nada e nem ninguém travou a Princesa do Povo e as suas lutas!

Diana continuou a organizar galas de beneficência e a apoiar várias instituições e fazia recorrentemente visitas a vários hospitais, onde esteve em contacto com crianças com cancro e com outras doenças.

Diana transmitia-lhes o que elas mais precisavam, dava-lhes força, amor e carinho. Em agosto de 1997, poucas semanas antes da sua morte, a Princesa do Povo viajou até Bósnia, um país também ele com o problema das minas terrestres devido à guerra. A Princesa esteve em contacto com várias famílias vítimas das minas e esteve acompanhada pelo grupo THE LAND MINES SURVIVOR´S NETWORK, que foi fundado em 1995 por duas vítimas americanas das minas terrestres, Ken Rutherford e Jerry White. Diana fez uma visita surpresa a uma família, onde o pai da família, o Sr. Muhamed Suljkanovic tinha perdido há pouco tempo os pés por ter pisado uma mina numa floresta. Muhamed Suljkanovic fazia anos e a Princesa apareceu com o membro da associação, Ken Rutherford e com um bolo para celebrar o aniversário de Muhamed. A família sentiu-se agradecida e emocionou-se com o gesto carismático da Princesa do povo. Diana prometeu a Muhamed que o iria ajudar financeiramente para uma nova prótese e cumpriu com a sua palavra.

De saída da Bósnia, Diana foi de férias com o seu novo namorado Dodi Al-Fayed, um produtor cinematográfico e filho do multimilionário egípcio Mohamed Al-Fayed. Segundo consta, numa tentativa de fuga aos paparazzi, Diana e Dodi acabaram por sofrer um acidente de viação no Túnel da Alma, localizado no coração da cidade de Paris, e acabaram por perder a vida.

Passaram 26 anos, mas esta mulher e Princesa continua a ser recordada por todas as pessoas que a amavam e que admiravam toda a sua força, coragem e bravura! Nelson Mandela, ex-Presidente da África do Sul e que se associou ao Fundo de Diana, foi o próprio a admirar a coragem e a determinação da Princesa. Hoje na Inglaterra, há quem a considere a verdadeira Rainha da nova era. A Princesa do povo teve um grande impacto no mundo e na vida de muitas pessoas.
3 meses após a morte de Diana, o Tratado de Ottawa, que proíbe o uso, produção, armazenamento e transferência das minas antipessoais foi aberto para assinatura. Até hoje, centenas de países, incluindo Portugal, assinaram o tratado. Os EUA, a Rússia, a China, a Índia e o Paquistão são alguns dos países que não assinaram. Este tratado é uma conquista da Princesa e faz parte do seu legado!

* Estudante, Aveiro.

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