O Tribunal de Aveiro condenou esta tarde a prisão efetiva 13 dos 52 arguidos por tráfico de droga e tráfico de armas e posse de armas proibidas.
Já os crimes de associação criminosa e branqueamento de capitais ‘caíram’ por o coletivo entender que não se verificavam os pressupostos dos mesmos.
As penas de prisão variam entre os 10 anos e 2 anos e três meses. 29 arguidos receberam penas suspensas (inferiores a cinco anos) e 10 foram absolvidos.
O acórdão julgou parcialmente procedente a liquidação de património pedida pelo Ministério Público (MP), declarando perdidas a favor do Estado quantias que ultrapassam os 45.000 euros que estavam na posse de quatro arguidos.
O coletivo não atendeu os pedidos de nulidade de um dos advogados de defesa que alegava utilização ilegal de geolocalizadores por parte da GNR em viaturas de suspeitos.
A acusação do mega processo, que começou a ser julgado em janeiro deste ano, imputava a uma família de um acampamento de etnia cigana no Fial, em Albergaria-a-Velha, o tráfico de droga e de armas.
O MP atribuía à matriarca, atualmente detida por homicídio, a liderança da rede a partir da data que o marido fugiu para Espanha, em 2010, após ter assassinado um consumidor de droga. No entanto, do julgamento não resultou provado que a arguida tivesse a ser cargo a orientação dos negócios de droga e armas, pel foi absolvida.
As penas mais pesadas recaíram nos filhos, sendo que o mais velho viu-lhe aplicada a pena 10 anos de cadeia, por ficar provado que tinha “a maior quota parte” no tráfico.
Os arguidos escondiam a droga nos pinhais e chegavam a utilizar menores para fazer as entregas.
A rede foi desmantelada em julho de 2017 após 40 buscas nos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Lisboa, Porto, Setúbal e Viseu, com a apreensão de centenas de doses de heroína, cocaína, ‘crack’ e plantas de canábis, além de 14 armas de fogo, diversas armas brancas, carregadores e mais de mil munições.
Mega julgamento de tráfico com maioria dos arguidos em silêncio