A ALBA foi muito mais do que uma indústria. Foi um modelo de progresso industrial. E o seu papel na área económica, social, cultural e desportiva, e as suas marcas, passados todos estes anos, ainda se fazem sentir um pouco por todo o país, mas mais especialmente aqui em Albergaria-a-Velha.
Por Delfim Bismarck *
Há 100 anos, Augusto Martins Pereira escolheu Albergaria-a-Velha para se fixar e instalar uma indústria de fundição.
Inicialmente designada “Fundição Lisbonense”, pois esse era o nome que tinha anteriormente nos Açores, passou a designar-se nesse ano “Fundição Albergariense”, para pouco tempo depois se registar como ALBA.
Graças à sua iniciativa, empreendedorismo e visão, essa indústria floresceu, e os seus productos rapidamente se espalharam por toda a região, por todo o país e um pouco por todo o mundo, levados primeiro para as então designadas colónias portuguesas, e depois também para os Continentes Europeu e Americano pela mão da nossa diáspora.
A ALBA foi muito mais do que uma indústria. Foi um modelo de progresso industrial. E o seu papel na área económica, social, cultural e desportiva, e as suas marcas, passados todos estes anos, ainda se fazem sentir um pouco por todo o país, mas mais especialmente aqui em Albergaria-a-Velha.
Foi também uma verdadeira escola técnico-profissional de um sem número de actividades e profissões, bem como uma das marcas pioneiras em utensílios domésticos, mobiliário urbano e acessórios diversos que marcaram o século XX português.
Esta exposição tem como curadora científica a Professora Doutora Raquel Varela e como designer gráfico o Dr. Pedro Páscoa. É uma viagem no tempo e na História da ALBA.
Naturalmente que não seria possível expor todas as peças, de todos os tamanhos e cores que a ALBA produziu, pois seriam milhares e, por esse motivo, o que aqui veremos a partir de hoje, são algumas das peças mais marcantes da vida ALBA. Desde o único automóvel 100% português, a mobiliário urbano, utensílios domésticos e agrícolas, desenhos técnicos e objectos diversos.
Ainda no âmbito das Comemorações do Centenário da ALBA, para além da exposição que hoje se inaugura, teremos a 19 de Junho a apresentação do livro “O Mundo é um moinho – História Económica e Social de Albergaria-a-Velha no século XX”, de Raquel Varela e Luísa Barbosa Pereira, e em Outubro, na reabertura do próximo ano lectivo, será apresentado um programa educativo para todas as escolas do Município, destinado ao público mais jovem.
Para a materialização deste projecto, agradecemos a cedência de peças, imagens e documentos.
Esta exposição é uma “viagem no tempo” que há muito se desejava materializar e que é marcante na memória do nosso território. É uma homenagem a todos aqueles que passaram pela ALBA, desde os seus proprietários, aos técnicos, operários e colaboradores que, ao longo de várias décadas foram o verdadeiro espírito da ALBA.
Esperemos que gostem!
* Vereador da Cultura da Câmara de Albergaria-A-Velha. Texto lido na abertura da exposição “100 Anos Alba, Uma História Global”.
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